Como se três anos depois o Silvinho de bom desempenho com a camisa do Criciúma tivesse reaparecido, mas não o mesmo. Em 2014, era um dos destaques do time na Série A quando uma grave lesão no joelho o fez abreviar a temporada, terminada com o rebaixamento da equipe. O tempo passou, e o jogador hoje com 27 anos volta a dar alegrias ao torcedor carvoeiro. Desde o retornou ao Tigre, o atacante tem continuado a história, mas com outros tons de preto, branco e amarelo. Ele é um dos artilheiros do Tigre nesta Série B do Campeonato Brasileiro e, com gols, ajuda o ime na luta pelo aceso.

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A volta de Silvinho trouxe esperança – e também desconfiança – por parte do torcedor. O jogador veloz e agudo, que sofria muitas faltas, de 2014 deu lugar a um atleta mais maduro, e com maior visão de jogo. Para voltar ao Brasil, aceitou ganhar menos do que na Coréia do Sul. É que no sul do estado e ao lado da esposa Adrielly e da filha Mirella, tem o sentimento de estar casa.

Superada a resistência inicial do torcedor, é titular no time de Luiz Carlos Winck. Ao lado de Caio Rangel e Lucão, tem ajudado o Criciúma a subir na classificação. Foram quatro gols nos últimos jogos, entre os seis que soma desde o retorno. E o momento de vitórias e gols não param por aí. De bem com a vida, a irreverência de Silvinho também aparece em campo.

Confira a entrevista a seguir.

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São seis gols, sendo quatro nos últimos quatro jogos. Você tem sido decisivo.

A fase está muito boa, não estava tão acostumado com isso. Eu faço mais jogadas de gol do que fazer gols. Sempre fui um cara de finalizar bastante, em falta ou pênalti, mas acho que treino bastante para aproveitar as oportunidades. A bola está entrando e eu espero continuar assim, estou gostando.

Está aberta a disputa pela artilharia com o Lucão?

Está ótima. Pela posição, o Lucão tem mais oportunidade de gol, porque fica mais perto da área, é centroavante. Mas a disputa é muito sadia. Dentro do campo a gente não tem muito esse negócio de pensar na artilharia. O primeiro objetivo mesmo é sempre a vitória. Tem lances que ele deu passe pra mim, outros eu toquei para ele finalizar. É do momento, e espero que os dois continuem fazendo gols em prol do time.

O que mudou do Silvinho de 2014 para o de hoje?

A experiência conta muito. Eu era mais jovem, jogava de uma maneira diferente, mais aberto, não finalizava tanto. Até eu me machucar naquele Brasileiro, eu era o jogador que mais sofria faltas. Na minha volta, tanto o Deivid (ex-treinador) quanto o (técnico Luiz Carlos) Winck entenderam a maneira que eu jogo. Tenho atuado mais aberto, então fico livre para flutuar, consequentemente estou mais perto da área e posso fazer gols.

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A torcida também compara os dois momentos.

Fico feliz que a torcida lembre. Mas quero que o Silvinho de 2017 seja mais marcante do que aquele. Estou conseguindo fazer mais gols e jogadas mais ofensivas. Hoje eu tenho uma leitura melhor do jogo. Então, comparando os dois, aquele cara lá de 2014 corria até mais, sofria mais faltas, mas esse cara de hoje está tendo mais gols, mais jogadas perigosas, é bem mais decisivo.

O quanto às cobranças da torcida te incomodam? E você, se cobra?

Quem me conhece sabe que eu cobro muito. Sempre fui assim, sou muito competitivo. Qualquer treinamento eu gosto de ganhar, cobrança também aos meus companheiros. A torcida espera muito e eu gosto disso, não me sinto nem um pouco abalado. Cabe o respeito na cobrança. Não tem problema nenhum eles falarem e eu sempre vou responder.

O seu perfil é de liderança, de chamar a responsabilidade.

Eu confio muito no que eu faço. O pessoal do grupo já entendeu isso, a comissão técnica. Isso me deixa muito mais confiante para jogar. Hoje eu não me abalo quando erro uma ou duas jogadas, vou lá e tento de novo. Gosto muito de driblar, fazer uma jogada de feito. Se eu errar, não tem problema. Vou de novo. O importante é o pessoal me dar confiança.

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O returno começou com vitória. É o caminho?

Nas primeiras rodadas do turno a gente fez um ponto, quatro derrotas e um empate. Quando começou o segundo turno o grupo todo teve uma conversa e colocamos na nossa cabeça: se a gente quiser almejar alguma coisa no campeonato, aqueles quinze pontos que perdemos teríamos de conquistar agora. Tivemos uma vitória importantíssima contra o Santa Cruz fora. Agora tem o Oeste em casa. Se quiser almejar algo, temos de brigar por esses pontos.

Aos poucos, o Criciúma se reaproxima do G-4. Vai chegar?

Em um campeonato assim se você errar menos tem grande oportunidade de subir na tabela e ficar próximo do G-4. A gente espera continuar dessa maneira, errando menos, acertando mais, para que a gente consiga, ao final do ano, alcançar o acesso, tão esperado por todos nós.

O contrato é até o final do ano. E depois?

Hoje me sinto em casa e por estar jogando bem, começam a ter sondagens, pessoas que me procuram. Mas meu pensamento é só aqui. Quero terminar meu contrato e subir com o time, se tudo der certo, poderia ficar mais tempo. A gente nunca sabe.

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