Diferente da estreia, dessa vez o dia amanheceu ensolarado. Para os supersticiosos, poderia significar um jogo diferente. A chuva e o tempo cinzento que fizeram parte do cenário bucólico da primeira partida contra o Tubarão, se transformaram em sol – até demais, viu? – e céu azul. No contexto da partida, estava um clássico que para muitos não é clássico – mas vai falar isso para um torcedor de Brusque e Metropolitano. Os nervos estavam à flor da pele e o capítulo 39 da história de confrontos entre os dois times projetava uma batalha que para um valia a primeira vitória e para outro as pazes com a torcida. Melhor para o lado verde da história. O Metrô fechou o placar em 2 a 0.
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O jogo, na prática, começou aos oito minutos do primeiro tempo. A cotovelada que o lateral-direito brusquense Alexandre Carvalho dá em Sabiá, que teve como consequência sua expulsão, mudaria aquilo que se iria se desenrolar a partir daquele momento. Com chances e mais chances criadas e, para variar, desperdiçadas, o Metropolitano não conseguiu balançar a rede do goleiro Rodolpho. O guardador da meta de Brusque, aliás, foi o protagonista dos primeiros 45 minutos. Com três grandes defesas, em finalizações de Jean Moser, Mazinho e Sabiá, evitou aquilo que poderia ser o desenho de uma feliz história ao Verdão já no primeiro tempo.
Mas não poderia ser fácil. Nada que envolve a rivalidade entre Blumenau e Brusque – seja no futebol, basquete, ou qualquer situação em que haja uma disputa – pode ter um fim com facilidade. Mas o sorriso estampado de orelha a orelha surgiu e se manteve após cabeceio de Jean Moser. Ele, que havia perdido oportunidades e na véspera da partida nem mesmo era titular, usou sua volumosa testa para anotar o primeiro gol do Metropolitano diante do torcedor. E o dia que já estava alles blau, caminhava para um típico romance clichê com um final feliz. E com um chute indefensável de fora da área, Paulo Victor tratou de escrever as linhas finais da história: 2 a 0 para o Metrô.
– Aquele foi o meu momento. Já tinha entrado contra o Tubarão e quase fiz um gol no jogo com o Avaí. Lavei a alma. Quando vi a bola entrando só pensei em correr e comemorar – conta.
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Em campo, Cesar Paulista admite que viu na expulsão e no contexto do jogo uma oportunidade de encontrar a vitória.
– Vi a situação do jogo e achei uma oportunidade. Estou à beira do gramado para tomar decisão. Se eu esperasse o segundo tempo podia ser tarde demais – comenta o treinador sobre a mudança feita no primeiro tempo, com a opção por três atacantes.
– O nosso diferencial foi a vontade de vencer o clássico. Tivemos méritos e soubemos aproveitar o fato de ter um jogador a mais e também o calor – finaliza Cesar.
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A vitória não deu ao Metropolitano apenas a 4ª colocação da classificação – à frente inclusive do rival -, como também igualou o histórico entre as duas equipes. Agora, Verdão e Brusque têm 15 vitórias e nove empates nos números do clássico.
Na próxima rodada, o time blumenauense viaja até Joinville onde embalado buscará a segunda vitória no Estadual. Já os brusquenses recebem o Tubarão em casa em busca da reabilitação, já que a equipe de Mauro Ovelha vem de duas derrotas e dois maus desempenhos em campo.