Com pinturas no asfalto, televisão na varanda e bandeirinhas verde e amarelo na rua, moradores da comunidade da Coloninha, na área continental de Florianópolis, se reuniram nesta quinta-feira (24) para assistir à vitória do Brasil por 2 a 0 contra a Sérvia na estreia na Copa do Mundo 2022. A tradição no bairro tem mais de 30 anos e foi passada de mãe para filhos.
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Com a tradicional camiseta canarinho da Seleção, Charles Ramp Peres, 37 anos, estava animado para o jogo. Em frente à sua casa, ele colocou uma televisão, toldo e alguns bancos para as pessoas assistirem à partida reunida. Foi ele quem organizou o evento no bairro.
Ao chegar na rua onde mora a família de Charles, uma bandeira do Brasil gigante pintada no asfalto e fitas verde e amarelo mostram o clima de Copa. Ao longo da via, a tradicional “camisa 10” e a taça do mundial também estão desenhadas, além de mensagens como “Essa tem que ser nossa” e “Hexa”. Uma escrita, no entanto, chamava atenção: “Em memória, Rosimeri”. Esse era o nome da mãe de Charles, que faleceu vítima de um câncer, em 2018. Foi ela que iniciou a tradição de reunir os moradores para assistir aos jogos na região há mais de 30 anos.
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— Eu, meus irmãos, a família de modo geral está seguindo a tradição. A gente sempre fazia isso, todas as copas, enfeitando a rua, dando um ponto positivo para o Brasil para ver se tem mais sorte neste ano. Quero fazer memória dela — comenta.
Charles também relembra da infância, com a rua enfeitada e o pessoal reunido, assim como nesta quinta. O pai dele, Caetano Peres, 58 anos, diz, emocionado, que o evento é uma forma de relembrar a esposa. Para ele, está tudo igual ao que Rosimeri fazia. Ele cresceu na comunidade, onde atualmente também vê os filhos e sobrinhos crescerem e conta que todos ali são família.
Várias crianças acompanhavam na rua o jogo do Brasil. Pyetro Peres, sete anos, estava tão empolgado para a Copa que resolveu fazer um corte de cabelo temático. A mãe dele, Fernanda Rodrigues, 27 anos, conta que a ideia surgiu de um vídeo da internet e o pedido foi: a bandeira do Brasil.
Já uma pequena torcedora, Bela, de dois anos, gritava “Brasil” e “Gol”. A mãe dela, Luana Carla de Freira, conta que ensinou as palavras para a Copa e que escolheu “looks” combinando para as duas, que estavam de camiseta azul do Brasil e short jeans.
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Com clima de Copa “raiz”, as crianças jogavam bola de pé descalço na rua no intervalo da partida, quando o placar ainda marcava zero a zero. Enquanto isso, uma pessoa fazia pipoca em um fogareiro na via.
Tia de Rosemeri, Lenita Ramp, 78 anos, também assistiu ao jogo, que terminou com dois belos gols de Richarlison. Emocionada, ela relembra que participa dos eventos produzidos pela sobrinha, mas confessa que “agora é mais animado”.
A vitória da Seleção por ali não era uma dúvida, mas, sim, uma certeza. Com tanta torcida e nervosismo, o bairro Coloninha teve a vitória tão pedida no primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo deste ano.
Veja as fotos da torcida do Brasil na comunidade da Coloninha
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