Ao tratar do nosso país, certos lugares-comuns são, para nossa tristeza, difíceis de transformar. Quando dizemos, pessimistas ou conformados, que o brasileiro deixa tudo para última hora, não definimos uma característica restrita a nós, do povo, das arquibancadas. Trata-se, a bem dizer, de uma cultura. O leitor pode ficar tranquilo: não gastarei linhas e citações para examinar essa herança histórica. O que incomoda é a insistência das autoridades nas falhas do passado. Os clichês, como dito, permanecem. E parece estar tudo bem, muito bem, obrigado.
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Na última visita do secretário-geral da FIFA Jérôme Valcke, ficou translúcida a incompetência de governo, prefeitura e Corinthians ao cumprir o prazo combinado. No meio do caminho que ainda não terminou, houve três mortes, falta de diálogo e más manobras financeiras. E daí? Ao que parece, nada. Segundo o gestor francês, a sede continuará em Itaquera. Claro, agora, na prorrogação, não haveria tempo para mudar. Todos sabem. A lição que tiramos disso é, vejam vocês, outro chavão: sempre há um jeitinho.
Agora imaginem só: se tratamos um compromisso esportivo internacional assim, o que podemos fazer ao pensar, aqui dentro mesmo, sobre educação? Ah, esquece. Dá-se um jeito. Tá tudo bem.
Arena Corinthians
Custo: R$ 820 milhões
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Previsão de entrega: 15 de maio
Data do jogo teste: 17 ou 18 de maio, com Corinthians x Figueirense, pelo Brasileirão, com 50 mil torcedores.
Faltam os 18 mil assentos provisórios para que a capacidade de 68 mil lugares seja atingida