“A cidade está uma peneira, cheia de buracos”. A reclamação do funcionário público Rogério da Silva, de 58 anos, vem do Córrego Grande, mas retrata a realidade de inúmeras ruas e avenidas no mais diferentes bairros de Florianópolis. Com tráfego intenso e dias de fortes chuvas, o asfalto já consumido pelo tempo cede ainda mais, dando espaço para poças, buracos e “crateras”.
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A principal via do Córrego Grande, a Rua João Pio Duarte Silva, por exemplo, contabiliza, aproximadamente, um buraco a cada 150 metros no trecho que separa a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o morro da Lagoa — sem considerar os bueiros desnivelados. O levantamento foi feito pela reportagem do Hora na manhã de segunda-feira, 8, poucos dias após uma operação “tapa-buracos” da prefeitura na região.
— Essa rua está péssima. Seguidamente vejo que estão tentando tapar os buracos, mas continua terrível. No final da rua, no pé do morro da Lagoa, costuma aparecer uma cratera. Tamparam essa semana, mas com a primeira chuva ela volta — reclama o professor do departamento de Farmacologia da UFSC, Antonio Carobrez, de 60 anos.
De fato, entre os moradores e trabalhadores da região a principal reclamação diz respeito às operações “tapa-buracos”. Para muitos, esta é uma medida paliativa que apenas mascara o problema, e nem mesmo os funcionários de uma borracharia estão satisfeitos com a situação.
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— Preferia ver a rua melhor, mesmo que tivesse menos cliente. Além de pneus furados, tem muitos casos de roda torta ou rachada e de pneu rasgado. Não tem nem como consertar, só trocando o pneu, e não é barato. Um pneu novo sai entre R$ 400 e R$ 600 — comentou William de Lima, chefe de oficina.
A secretaria de Infraestrutura reconhece que a solução ideal para as vias mais desgastadas seria o recapeamento completo do asfalto, mas afirma que “devido à situação financeira da prefeitura, a ação (tapa-buraco) visa melhorar a trafegabilidade das vias, enquanto a administração pública tenta viabilizar recursos junto aos governos estadual e federal”.
Mutirão “tapa-buracos”
As reclamações parecem ter chegado ao gabinete do prefeito Gean Loureiro. Na semana passada, em parceria com a secretaria de Infraestrutura, a prefeitura deu início a um “mutirão emergencial de serviços de tapa-buraco nas vias públicas”, sem data para encerramento.
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De acordo com nota da prefeitura, foram produzidos cerca de 75 toneladas de asfalto a frio para cobrir os locais mais críticos, além de ter sido lançado um edital de concorrência pública, no dia 25 de abril, para a contratação de “empresas especializadas em recomposição de pavimentação asfáltica a quente (maior durabilidade), no valor de até R$ 2,6 milhões”.
Ainda que não seja um plano de recapeamento completo, ao menos a prefeitura esperar tapar os buracos da peneira e diminuir os transtornos dos moradores e visitantes. O que a população espera, apenas, é que o serviço seja feito pensando no bem estar de todos.
— A prefeitura tem dado pouca atenção a essas pequenas coisas da cidade. Oferecer Florianópolis para o turista, é muito fácil. Agora, oferecer para o turista e para os moradores o bem estar, é muito difícil. O prefeito tem que dar uma atenção — pediu Rogério da Silva.
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