A casa não foi projetada para receber a estrutura que reaproveita a água da chuva, mas com vontade e dedicação a família Krummenauer colocou de pé o projeto em Blumenau. Com alguns metros de canos, duas caixas d?água e uma bomba de pressão, o sistema funciona há cinco anos.
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– Muita coisa é improvisada, mas dar o primeiro passo foi importante. Hoje queremos colocar um filtro, feito com areia e pedras, e aumentar a pressão de saída da água – conta Filipe Monsores Krummenauer, que montou o sistema sozinho.
A mãe dele, a arquiteta Vera Krummenauer, foi a responsável pelo projeto de construção da casa há mais de 15 anos, mas como na época o uso de cisternas não era comum a estrutura não estava preparada para captar a água da chuva.
– É improvisado, mas está funcionando. Na hora que você faz o investimento é caro, mas ele se paga com o tempo. A conta aqui em casa diminuiu 50% depois do reaproveitamento – afirma Vera.
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A família usa a água da chuva nos dois banheiros da casa e a cada descarga a economia é de cerca de 20 litros (considerando aquela de válvula, sem caixa acoplada). Dependendo da categoria da residência para o serviço de abastecimento, a economia pode ser de R$ 25 por mês na conta de água. Como na região chove bastante, a cisterna está sempre abastecida.
Vera destaca que no Brasil ainda é caro construir uma casa sustentável, com energia solar e peças recicladas, por exemplo, pois a maioria do material é importada e não há estímulo do Governo para construções totalmente ecológicas. Para usar a água de forma sustentável, o ideal é investir e aguardar pelo retorno a longo prazo.
Para quem quer aproveitar a água da chuva mas não tem uma cisterna, o professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental e do Departamento de Engenharia Civil da Furb, Adilson Pinheiro, lembra que o armazenamento também pode ser feito em tanques ou até mesmo em baldes.
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– As pessoas ainda não colocaram isto no papel, mas usar a água potável para lavar carros, calçadas e em descargas é um grande desperdício. Tanto de água quanto de dinheiro – reforça.
O encanador e eletricista Valério de Souza, que instala este sistema de captação na região, conta por causa que alto custo – pode variar de R$ 2 mil a R$ 3 mil no total – muitas pessoas deixam de armazenar a água da chuva.
– Quase todos os condomínios de Blumenau usam este sistema para descargas, irrigação de plantas e limpeza da parte externa do prédio, mas são poucas as casas que usam este tipo de recurso – conta.
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De acordo com o professor Pinheiro, a economia cobre o custo de instalação depois de dois anos.