Mesmo com queda nos últimos dois meses, Santa Catarina abriu neste ano 33,5 mil vagas de emprego, o terceiro melhor desempenho no Brasil e o melhor do Estado desde 2014, quando 62,3 mil postos de trabalhados foram abertos. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira à tarde.

Continua depois da publicidade

Em SC, o saldo positivo no primeiro semestre foi puxado pelos setores de indústria de transformação (20,6 mil) e serviços (12,4 mil). Na outra ponta, o comércio teve um recuo de 5,7 mil, seguido pela agropecuária (-2,4 mil).

Na avaliação do economista e consultor da Fiesc, Paulo Guilhon a queda no saldo mensal já era previsível, assim com o bom desempenho semestral, reflexo principalmente da confiança do setor industrial, que era observada até o início da greve dos caminhoneiros, que teve início em 21 de maio e durou cerca de duas semanas e meia em SC.

— Se em um mês houve avanço, mas em outro teve retrocesso, isso é algo que se recupera adiante. A tendência é de que até janeiro o país já esteja recuperado (dos efeitos da greve), talvez até neste ano mesmo. O que pode acontecer é a economia crescer menos do que o projetado inicialmente, mas por que os próprios indicadores mostram isso — explica.

Apesar do desempenho positivo de janeiro a junho, o Estado manteve saldo negativo pelo segundo mês consecutivo. Em maio foram fechadas 4,4 mil vagas e em junho o Estado amargou a extinção de mais 4 mil postos de trabalho. Em junho, a indústria da transformação foi a mais afetada, com redução de 2.531 postos de trabalho, seguido pelo comércio (-1.190).

Continua depois da publicidade

No acumulado do ano, Joinville, no Norte do Estado, e Blumenau, no Vale do Itajaí, foram as duas cidades com maior número de vagas abertas em toda Santa Catarina. Os dois municípios tiveram saldo positivo de 4.994 e 3.836, respectivamente. Já Balneário Camboriú (-1.714) e a Capital Florianópolis (-1.678) foram destaques na retração do emprego.

— Quando acontece alguma coisa que não estava prevista dentro do cenário econômico, e além disse se tem outros indicadores, como o externo para as exportações, que não é favorável, dará um certo balanço. Sem contar que temos ainda a questão das eleições. A indefinição política também é relevante. Tudo vai depender, na verdade, da confiança do empresário — projeta Guilhon.

O sul do país foi a região com mais consequências negativas em junho. Além de SC, o vizinho Paraná fechou 6,6 mil postos de trabalho e o Rio Grande do Sul, 6,5 mil. Os Estados têm os piores indicadores no período.

Saldo de emprego nos primeiros semestres desde 2014

Junho 2014 = 62.387

Junho 2015 = 13.235

Junho 2016 = -7.279

junho 2017 = 22.366

junho 2018 = 33.500

Leia mais notícias sobre o Caged em SC e no Brasil