A indústria de alimentos Sadia, uma das maiores do Brasil, registrou em 2008 seu primeiro prejuízo no balanço corporativo em 64 anos de história, com um saldo negativo de R$ 2,55 bilhões, em consequência da crise mundial.
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Quase todo o prejuízo foi causado pelos “derivados tóxicos”, que a empresa contraiu em outubro – antes do agravamento da crise – ao fazer operações no mercado de futuros que apostavam em uma mudança com o real forte. Somente destes negócios, a Sadia saiu com uma perda de R$ 2,484 bilhões.
Pelo mesmo motivo, o saldo negativo concentrou-se no quarto trimestre, com a perda de R$ 2,042 bilhões.
O colapso pelas operações fracassadas no mercado de futuros forçou vários executivos da empresa a deixarem seus cargos e o ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, assumiu a direção da companhia, que se especula que pode se fundir com sua principal concorrente, Perdigão.
Os investimentos que fracassaram em 2008 haviam sido os maiores da empresa, com R$ 1,8 bilhão, destinados em sua maioria a expandir sua capacidade de produção. O faturamento chegou a crescer 18% em relação a 2007, alcançando os R$ 3,519 bilhões e o Ebitda (lucro antes de impostos, amortizações e depreciações) caiu 21,7%, para R$ 343 milhões.
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