Bons ventos trouxeram mais de 150 velejadores para Florianópolis. Começa nesta terça-feira a Copa Brasil de Vela, com os principais nomes brasileiros da modalidade, e com participações estrangeiras, em busca de vagas para o Pan-Americano do próximo ano, em Lima (Peru), e para formar a equipe brasileira das Olimpíadas de 2020, em Tóquio. Somente um atleta não estará nas águas de Jurerê e Canavieiras na tentativa de garantir espaço nas grandes competições, justamente o mais conhecido e em atividade: Robert Scheidt. Aos 45 anos, o dono de cinco medalhas olímpicas vai competir apenas por prazer.
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– Estava com a viagem marcada para o Brasil, já que moro na Itália, e vi no calendário a competição. Optei por vir e fazer e disputar no laser, uma barco que me deu tanto, que gosto tanto de velejar e tenho paixão. É o campeonato mais importante no País, vim prestigiar e me divertir. Mas sou competitivo, gosto de me dar bem e vou dar meu máximo – conta o maior medalhista olímpico do esporte brasileiro, junto do também velejador Torben Grael.
No mar de Florianópolis o paulista está à vontade. Não apenas porque vai velejar sem a pressão de procurar a vaga em um grande evento esportivo. Foi em Santa Catarina que ele conquistou seu primeiro título brasileiro, e 1992, quando tinha 18 anos. Scheidt também inspira. Na manhã desta segunda-feira, dia de inscrições e de treinamento, foi o primeiro a ir para a água e logo seguiram o mesmo caminho uma parte dos cerca de 150 atletas que disputam as 17 classes na competição.
São mais de 100 barcos nas águas catarinenses — algumas classes têm dois velejadores por embarcação. Em cinco modalidades o vencedor ganha a vaga para os Jogos Pan-Americanos e em seis o vencedor entra no time olímpico brasileiro visando as Olimpíadas daqui menos de dois anos. As regatas começam ao meio-dia desta terça-feira e vão até sábado. Além dos brasileiros estarão na disputa atletas da Argentina, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Trinidad e Tobago e Uruguai.
Desde as primeiras horas de segunda-feira o movimento era intenso no sede de Jurerê do Iate Clube Santa Catarina – Veleiros da Ilha. Enquanto alguns faziam a inscrição na competição mais importante da vela brasileira, outros aproveitavam os ventos para o último treinamento. Robert Scheidt foi um dos primeiros a entrar na água com seu barco da classe laser e causou a comoção dos demais.
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— É um barco que mantém meus instintos de velejador ainda ativos. E Florianópolis é lugar maravilhoso. Gosto muito de competir aqui e também me causa boas lembranças. Passaram 26 anos do meu primeiro título brasileiro, conquistado aqui. Voltei outras tantas vezes, já velejei de laser e de star. Tecnicamente vou sentir um pouco. Fisicamente estou bem, mas com o passar do tempo a gente sofre um pouco mais. Espero que o corpo segure bem e possa velejar em um nível que goste — conta o experiente o velejador, que também trabalha como treinador da equipe brasileira.
Scheidt vai travar disputa direta com outro atleta forte na classe laser. O catarinense Bruno Fontes vai para a disputa com claras pretensões de conquistar vaga para Lima-2019 — o vencedor opta por aceita-la. Outro local na disputa é Matheus Dellagnelo. Junto de Isabela Rocha de Faria, eles querem mostrar na Copa Brasil a ascensão na classe snipe (duplas mistas). Dellagnelo, de 30 anos, tem algumas conquistas nacionais na laser, parou por alguns anos, retornou no fim do último ano ao lado de Isabela e tem demonstrado bom desempenho. Espera ir bem nas águas que bem conhece.
– Chegamos para brigar. Vivo um momento diferente na vida e estar em casa ajuda bastante.