Vergalhões de ferro, postes caídos, pedaços de concreto e escombros espalhados pelo chão. Poderia ser o cenário de um filme de guerra, mas trata-se da orla da praia de Canasvieiras, em Florianópolis. Desde o mês de maio, esta e outras praias do Norte da Ilha de Santa Catarina, como a dos Ingleses e a Brava, vêm sofrendo com a destruição causada pelas constantes ressacas do mar. A última aconteceu no meio de agosto, mas, como a maré segue alta, o cenário ainda é de destruição.
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De acordo com o diretor da Defesa Civil Municipal, Luiz Eduardo Machado, não há muito o que fazer enquanto as altas marés não derem trégua. Para se ter uma ideia do problema, na terça-feira, 12, foi a vez da praia do Morro das Pedras, no Sul da Ilha, sofrer com o impacto do mar.
— O que impede a limpeza das praias é a maré. A gente monta uma força tarefa, chega lá e a maré está alta. Estamos com essa condição de mar há cinco meses, é uma coisa muito nova até para a gente que lida com isso — afirma Machado.
O estrago foi grande em Canasvieiras, com dezenas de estabelecimentos comerciais e algumas residências danificados pelas últimas ressacas. Muitas dessas construções, porém, estam em área proibida, o que complica ainda mais a liberação para sua reconstrução.
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— A prefeitura não deixa a gente arrumar (o restaurante). É lógico que é área invadida, mas já podiam ter retirado os escombros, porque está perigoso para todos. É um descaso — reclama Alex Bernardes, de 48 anos, funcionário de um restaurante.
Risco para quem passeia na praia
Em uma breve caminhada pela orla da praia de Canasvieiras, é possível notar inúmeras situações de riscos à saúde. Com a maré alta, vergalhões de ferro e pedaços de concreto ficam escondidos sob a água rasa, oferecendo claro perigo a quem transita por ali. Uma família de turistas tentou aproveitar a praia na quarta-feira, 13, mas desistiu quando se deparou com os escombros na areia.
— Dá pra ver que o estrago foi grande. Está atrapalhando para curtir a praia. A gente tem medo até de caminhar na areia, porque tem muito entulho. A Praia Brava está assim também — comenta Tiago da Silva, de anos 40, que veio de Cachoeirinha (RS).
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Justamente por conta deste risco de acidentes, a Defesa Civil Municipal de Florianópolis alerta moradores e turistas para evitarem as áreas mais encobertas pela água.
— Onde a faixa de areia está mais estreita, a pessoa caminha e não enxerga o que há por baixo d’água. Por isso, a orientação é para que as pessoas procurem, principalmente, os locais que possuem faixa de areia larga — disse Luiz Eduardo Machado.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, não é possível estabelecer uma data para a limpeza completa da orla das praias atingidas pelas ressacas, mas a previsão é de que até o início da temporada de verão o problema esteja resolvido.
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