Uma análise do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) mostra que o solo no Rio Grande do Sul está completamente saturado de umidade. O cálculo é feito por sensores que identificam a proporção de substrato e de água, e no estado gaúcho essa proporção atingiu o limite máximo: 1 cm³/cm³. As informações são do g1.

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O Estado é castigado por chuvas intensas, especialmente nos últimos dias. Desde o começo de maio, cidades do Rio Grande do Sul registram enchentes. Nesta sexta-feira (24), o nível do Lago Guaíba voltou a passar dos quatro metros em Porto Alegre.

Segundo o professor Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, nas áreas onde a saturação é maior, o solo já não consegue mais absorver água, fazendo com que a chuva escoe superficialmente, o que aumenta o risco de inundações.

— O solo já está saturado; ele não está apenas úmido, mas atingiu seu limite de saturação, como uma esponja completamente encharcada — afirma.

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Segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), na última quinta-feira (23) a chuva voltou a Porto Alegre, com volumes acima dos 100 milímetros em 15 horas. Se o solo estivesse seco, toda esta água escoaria para o lençol freático. Não é o caso: com o solo encharcado, ela fica na superfície.

Em alguns bairros, a água chegou a subir pelos bueiros. O diretor do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE), Maurício Loss, disse que o barro que havia sido levado pelas últimas cheias secou e bloqueou as galerias pluviais. O acúmulo de entulho nas ruas também prejudicou o sistema de escoamento.

Porto Alegre tenta conter repique do Guaíba

Nesta sexta, o Guaíba marcou 4,27 metros em Porto Alegre, conforme a medição feita pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Para tentar conter o repique — consequência das últimas chuvas no Estado —, a prefeitura colocou sacos de areia no mesmo local onde, uma semana antes, uma comporta foi derrubada para escoar a água da rua.

Chuvas deixam novas regiões de Porto Alegre alagadas e mobilizam resgate de moradores

Até agora, são 163 mortes confirmadas devido ao desastre ambiental e 63 desaparecidos. As chuvas e enchentes no Estado deixaram 806 pessoas feridas e 645 mil pessoas fora de casa. Além disso, quatro pessoas morreram por leptospirose após contato com a água contaminada.

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