Mais de 200 crianças e adolescentes da Coloninha, em Florianópolis, começaram a terça-feira sem atendimento da creche e projetos sociais do Centro Social Urbano (CSU) do bairro continental. O motivo, segundo a administração, não é a greve dos servidores municipais de Florianópolis, mas a falta de repasse por parte da Secretaria de Educação, essencial para a manutenção das atividades.
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Semana começa com greve dos servidores de Florianópolis
A tesoureira do CSU Coloninha, Maria da Glória Abraão Barros, explica que a entidade funciona por meio de um convênio com a Prefeitura, pelo qual todos os meses é repassada a quantia de R$ 72 mil para o pagamento de professores, merendeiras, outros funcionários e fornecedores. No entanto, desde abril começaram os atrasos:
— Não podemos ficar nessa situação. Atendemos essas crianças em período integral, com as refeições, atividades e os maiores vem no contra-turno escolar. Mas precisamos pagar o salário dos professores. Chega o 5º dia útil do mês e nada. No dia 15 de julho que fomos pagar o salário de junho — explicou Maria.
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O vigilante Lucas Vieira, pai de uma aluna de cinco anos, conta que foi avisado da situação e entende a posição dos professores, mas lamenta o que considera um descaso por parte da Prefeitura:
— Minha filha iniciou ontem (segunda) na creche, antes ela estava em uma particular porque não tinha vaga e fomos informados deste problema. Esta creche atende muito bem toda a comunidade, espero que a Prefeitura regularize logo — disse.
No caso de Lucas, a esposa ficou em casa com a filha, mas a faxineira Ingrid Martins perdeu um dia de trabalho por não ter com quem deixar a filha de um ano:
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— A gente entende a situação dos professores, não tem como trabalhar e não receber no final do mês — falou.
Professores lamentam situação
De acordo com a professora Marli Vieira, a situação chegou no limite:
— Todo mês atrasando o salário, não é fácil viver sem saber se vai ter dinheiro para pagar as contas no final do mês, todas nós temos família, tem gente que paga aluguel, pensão alimentícia — explicou.
Jéssica Natali, professora e mãe de uma aluna, desabafa:
— É um descaso por parte da Prefeitura. A gente não é funcionário direto, mas se não fosse essa creche não iria ter vagas no bairro. Quando chega o salário atrasado ninguém paga os juros das nossas contas — lamentou.
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Contraponto
Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria Municipal de Educação informou que a parcela do convênio será paga até a próxima sexta-feira, dia 12 de agosto. O órgão ainda destacou que a administração municipal está com problema de caixa, que fez alteração até no dia do pagamento do funcionalismo público.