A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) realizou uma operação para combater o hantavírus em Santa Catarina. A doença, transmitida por ratos, já tem quatro mortes no Estado em 2022. De acordo com o governo do Estado, entre 3 e 9 de outubro, foram feitas instalação de armadilhas para a captura de roedores, identificação de espécies e coleta de material para identificação do vírus em Urubici, na Serra Catarinense.
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O número de mortes é metade do total de contaminados no Estado, que são oito: localizados em Agronômica, Águas Frias, Caçador, Lontras, Mafra, Palhoça, Painel e Urubici. Uma das vítimas fatais se trata de um menino de 11 anos que foi mordido por um rato em Urubici.
O que é o hantavírus, doença transmitida por rato e que causou mortes em SC
Profissionais de saúde catarinenses já foram alertados sobre o aumento de roedores, que desencadeou novos casos no fim de agosto. Os funcionários foram orientados sobre a prevenção, suspeita e manejo clínico da doença.
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A operação contou com 20 profissionais, entre biólogos, veterinários e técnicos agrícolas, do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, Secretaria de Saúde do Paraná e Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA). Conforme a Dive, as amostras foram encaminhadas à Fiocruz, para identificação de informações para avaliar os riscos e entender como está ocorrendo a circulação do hantavírus na região.
A operação aconteceu após a criação de um Grupo de Ações Coordenadas (Grac), para acompanhar a situação e desenvolver ações de forma intersetorial. Conforme João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive, o combate à doença envolve uma série de atividades conjuntas.
— É preciso adotar práticas de higiene, saneamento e manejo ambiental que impeçam a aproximação dos roedores silvestres em moradias e locais de trabalho, considerando que esse animal é o reservatório da doença. Os profissionais de saúde devem estar atentos à possibilidade de surgimento de casos de hantavirose, realizando a suspeição e o manejo clínico indicado em até 24 horas — fala.
O que é o hantavírus?
Segundo a Dive, a hantavirose é uma síndrome febril aguda e os sintomas iniciais são semelhantes aos de outras doenças febris agudas, como leptospirose e dengue.
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Os sintomas são febre, mialgia, dor nas articulações, dor de cabeça, dor lombar e abdominal e sintomas gastrointestinais.
A diretoria alerta que se alguém estiver com esses sintomas deve buscar atendimento médico imediato. Isso porque os sintomas podem rapidamente evoluir para comprometimento cardíaco e pulmonar, e causar a morte do paciente.
O período de incubação da doença é de 14 dias em média, mas pode levar de três a até 60 dias para os primeiros sinais surgirem.
Como se contrai o hantavírus?
A doença é contraída, principalmente, pelo ar. Isso porque a urina, fezes e saliva de roedores silvestres infectados pelo vírus geram aerossóis que, se em contato com humanos, podem transmitir a doença.
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Os roedores silvestres conhecidos como rato da mata, Akodon sp, e ratinho do arroz, Oligoryzomys sp, diferenciam-se dos roedores maiores encontrados mais frequentemente em ambientes urbanos, como a ratazana e o rato de telhado.
A Dive explica que são roedores de pequeno porte — o macho adulto chega a 25 gramas — e vivem preferencialmente próximos a plantações, principalmente de grãos, mas podem também ser encontrados em ambientes periurbanos. A cor da pelagem pode ser avermelhada, cinza ou até cor de terra.
Como prevenir
A prevenção das hantavirose baseia-se em medidas que impeçam o contato da pessoa com os roedores silvestres e suas excretas (fezes ou urina). Entre essas medidas estão:
- Roçar o terreno em volta da casa
- Dar destino adequado aos entulhos existentes
- Manter alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores
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