Com proposta mais cultural e gastronômica, Oktoberfest passa por mudança de conceito nos últimos anos

A cada ano a Oktoberfest se renova, seja na gastronomia, nas atrações culturais ou na música. Ao longo da última década, no entanto, a maior festa alemã das Américas, cuja 32ª edição começa nesta quarta-feira, passa por uma mudança mais profunda de conceito.

Durante muito tempo uma das principais discussões da Oktober girou em torno de quebra de recordes de movimentação – a maior edição da festa, em 1992, reuniu mais de 1 milhão de pessoas – e de consumo de chope. Mas a quantidade vem dando lugar à qualidade, mesmo que algumas medidas recentes, como o aumento do valor dos ingressos, a restrição de gratuidade na entrada para trajes típicos e a limitação de público, sejam um pouco impopulares.

A ideia de um evento voltado quase que exclusivamente à bebida e à curtição hoje é substituída por um propósito mais cultural, em que a principal intenção é agregar valor à comemoração e torná-la mais atrativa às famílias e aos amantes da gastronomia e da cultura germânica.

As mudanças começaram a ser implementadas em 2005 sob o comando de Norberto Mette, que até 2012 esteve à frente da organização do evento. Em busca da originalidade, e na tentativa de responder a uma demanda das agências de turismo, foram introduzidas as cervejas artesanais.

Os ritmos nacionais nos palcos foram restringidos – hoje, 90% do repertório musical precisa ser alemão. O chope foi retirado do primeiro plano das peças publicitárias e o cardápio foi redesenhado. Alguns pratos da gastronomia popular brasileira foram deixados de fora.

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– Havia reclamações das agências de turismo sobre a questão conceitual. Eles reclamavam que vendíamos uma festa alemã, mas na realidade havia pagode, música sertaneja e pizza em fatias – recorda Mette.

Mette lembra que foram necessários cinco anos para que a confiança das agências de turismo fosse recuperada e o mercado voltasse novamente os olhos a Blumenau. Com as mudanças implementadas, de acordo com ele, os pacotes voltaram a ser vendidos e a cidade passou a ser vista com olhos diferentes.