Superlotação na Central de Polícia de Araranguá, no sul de Santa Catarina: em uma cela que deveria abrigar apenas um preso, quatro ou cinco pessoas dividem o mesmo espaço minúsculo. Um deles diz que está desde sexta-feira sem tomar banho. Ouça na reportagem:

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Para urinar, os presos utilizam garrafas plásticas. Além disso, têm que dormir sentados. Os próprios policiais da central fizeram um vídeo para denunciar a situação precária. Em uma sala, um homem com um ferimento na perna está deitado no local onde deveria ser um chuveiro. Outra cena é a de uma mulher algemada pelo tornozelo a uma cadeira. As delegacias da Polícia Civil são locais para abrigar presos de forma provisória, por até 24 horas, até que se consiga uma vaga no sistema carcerário. Não é isso o que vem acontecendo, segundo o delegado Jorge Giraldi. Com isso, os policiais estão fazendo serviço de agente prisional e deixando de executar suas funções.

O Presídio Regional de Araranguá está parcialmente interditado. A unidade já chegou a receber 400 internos – o dobro de sua capacidade original. Por isso, a Justiça determinou em julho de 2014 que o local só poderá recebe novos presos quando houver vagas disponíveis. Representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estiveram na Central de Polícia para verificar a situação de perto. Laércio Machado Júnior, presidente da subseção da OAB em Araranguá, lamenta a situação que aumenta a tensão no local.

Em nota, o Departamento de Administração Prisional (Deap) afirmou que a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania está tentando resolver a situação, alocando os presos em presídios da região Sul de acordo com a disponibilidade, apesar de admitir que estas unidades estão com sua capacidade excedida. O Deap também garante que está fornecendo alimentação para os presos na delegacia, e um agente prisional foi deslocado para o local. O Ministério Público Estadual também acompanha o caso, que acaba criando momentos desconfortáveis na central.

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