Com Luiz Henrique Saliba (PP) preso na Operação Mensageiro, o prefeito interino de Papanduva, João Jaime Ianskoski (PSD), renunciou ao cargo na manhã de terça-feira (25) sem apresentar justificativa oficial. Ianskoski era vice de Saliba na prefeitura da cidade e, após deixar o cargo, quem assume é o presidente da Câmara de Vereadores do município, Jeferson Chupel (PSD).
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Chupel, mais conhecido como Jefinho, assinou o documento de posse ainda na terça-feira. Agora, quem assume a cadeira de presidente da Câmara é a vereadora Sandra Silva.
Os atos já foram publicados no Diário Oficial do município.
Entenda a prisão de Saliba
O prefeito está na prisão desde dezembro do ano passado e virou réu no processo da investigação que apura a suspeita de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no setor de coleta e destinação de lixo em diversas regiões de Santa Catarina. Desde então, o vice-prefeito Ianskoski estava à frente da prefeitura de forma interina.
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Saliba foi denunciado pelo Ministério Público por corrupção passiva, já que teria recebido R$ 400 mil em propina, que teriam sido pagas, inclusive, em encontros marcados próximos à Igreja Matriz do município.
Ainda conforme o MP, o político teria ingressado na organização criminosa no começo de 2018. Na época, o contrato que o município tinha com a Serrana para o serviço de coleta e destinação final de lixo estava prestes a vencer. O prefeito, então, teria sido procurado por um dos representantes da empresa não só para discutir a renovação do contrato, mas também definir um valor fixo de propina, afirma o documento recebido com exclusividade pelo NSC Total.
Fases da Operação Mensageiro
A primeira fase ocorreu em 6 de dezembro do ano passado, quando foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e 108 mandados de busca e apreensão. Nesta etapa, quatro prefeitos foram presos: Deyvisonn Souza (MDB), de Pescaria Brava, Luiz Henrique Saliba (PP), de Papanduva, Antônio Rodrigues (PP), de Balneário Barra do Sul e Marlon Neuber (PL), de Itapoá. Ainda foram apreendidos R$ 1,3 milhão em espécie e foi determinado o bloqueio de mais R$ 280 milhões dos investigados.
Já a segunda etapa ocorreu em 2 de fevereiro, onde foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão. Entre os presos, estavam os prefeitos de Lages, Antônio Ceron (PSD), e de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa (PL)
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Por fim, em 14 de fevereiro, foi deflagrada a terceira fase onde foram presos o ex-deputado estadual e prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), e o vice, Caio Tokarski (União Brasil).
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