O que faria uma casa valer oito dígitos? Elevador interno, garagem para barco, heliponto, cinema particular, uma metragem a se perder de vista? Essa é a resposta que um mercado que vai criando força em Florianópolis, o imobiliário de luxo, tenta responder.

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Corretores de Jurerê Internacional, um dos bairros onde há casas mais caras à venda na Capital, trabalham com um valor entre R$ 9 mil e R$ 12 mil para o m², ainda baixo se comparado aos exorbitantes R$ 23.493 do Leblon, no Rio de Janeiro – m² mais caro da América do Sul, de acordo com o portal ZipeZap, um dos maiores portais sobre o mercado de imóveis no Brasil -, mas bastante alto em comparação ao preço médio da capital catarinense, de R$ 4.363,41.

Apesar do valor estar fora de alcance para grande parte da população, o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais de Santa Catarina (Secovi), Fernando Willrich, afirma que Florianópolis ainda não pode ser classificada como um mercado imobiliário de alto luxo. Ele argumenta que apesar de a Capital ter várias casas com padrão elevado, elas ainda não têm tecnologia e itens de um imóvel alto luxo, como elevador para carros, concierge, teto retrátil, sistemas acionados com uma simples batida de palma etc.

Tudo encontrado na mansão do banqueiro Edemar Ferreira, em São Paulo. Avaliado em R$ 160 milhões, o imóvel citado como o mais caro do Brasil está construído em uma área de nada menos do que 8.240m², em cinco andares, com teto retrátil e banheiros com vidro de cristal, que modificam a visibilidade externa de acordo com o gosto do dono. Outro exemplo é um prédio em Curitiba em que cada andar consegue se movimentar em 360°.

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– Florianópolis ainda não é, mas tem potencial para ser altíssimo luxo. Isso pensando tanto de um ponto de vista de valores de investimento do setor imobiliário, quanto do que corre pela cidade – aponta Willrich.

Uma das casas mais caras listadas para venda em Florianópolis fica na praia conhecida como Canajurê. O imóvel no valor de R$ 22 milhões tem 5 mil m² de área, duas piscinas aquecidas, sauna, adega, garagem para um barco de 35 pés, uma praia particular, elevador de quatro andares e sala de cinema. O custo para manter a casa funcionando chega a R$ 100 mil mensais.

Ainda assim, os R$ 22 milhões não são o máximo que alguém que quer morar em uma casa de luxo em Florianópolis pode ter de desembolsar. Uma casa de oito suítes no bairro Cacupé, com aquecimento solar, piscina aquecida, trapiche com heliponto, spa, casa de hóspedes, sala de jogos e saída para barco de até 50 pés, aumenta a aposta para R$ 25 milhões divididos em 3,7 mil m² de terreno e 2 mil m² de área construída.

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Outro empreendimento que está em finalização na área promete elevar – e em muito – o valor do m² na região. O complexo Al Mare tem 12 apartamentos com 500 m² cada um. De acordo com o diretor regional da construtora CFL, responsável pelo condomínio, Ricardo Saldanha, o valor do m² chega aos R$ 20 mil.