Unir velocidade e resistência para fazer uma boa prova. Esse é o objetivo da dupla formada por Cláudio Vicente e Genir Rodrigues, que se prepara para disputar a 21ª edição do Revezamento Volta à Ilha amanhã, em Florianópolis. Os corredores irão se dividir para completar o percurso de 140km entre asfalto, praias, trilhas, costões e dunas. Considerada a maior prova do gênero da América Latina, a Volta à Ilha irá receber cerca de quatro mil corredores de 14 estados do país.

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Professor começou a correr para pagar promessa

– Sou movido por desafios. Já fiz ultramaratonas de 50, 80, 90km, mas nunca em dupla. Tenho uma grande amizade e admiração pelo Genir e chegamos a conclusão de que unir a velocidade dele com a minha resistência seria uma boa ideia e um grande desafio – conta Cláudio Vicente.

Genir é de Chapecó e em 2016 correrá a Volta à Ilha pela quinta vez, sendo que no ano passado sua equipe terminou na terceira colocação geral.

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– Quero fazer uma excelente prova e tentar chegar entre as 10 melhores duplas. A Volta à Ilha não é fácil e vejo como principal dificuldade o desafio psicológico. É uma guerra intensa contra isso – diz Rodrigues.

Logística específica para fazer as transições

E os atletas não enfrentam dificuldades apenas nos 17 trechos do percurso que fecha uma volta ao redor da Ilha de Santa Catarina. Para tudo funcionar em perfeita harmonia, há toda uma logística nos bastidores.

– Cada atleta vai correr um trecho, somando 70km cada. O ideal é intercalar os percursos e evitar um desgaste maior. Enquanto um corre o outro fica no carro. Eu que faço o deslocamento entre os trechos, onde um passa o bastão para o outro. Tem percurso que para chegar de carro demora mais tempo do que correndo, então precisamos também de uma moto – explica Fabiano Braun, treinador da equipe Floripa Runners e especialista em corridas de montanhas.

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Cláudio Vicente começou a correr há 20 anos, quando levou um susto por conta de um problema de saúde. Desde então o esporte tornou-se uma paixão. Ele eliminou 14 quilos e os treinos entraram de vez em sua rotina de professor. São seis dias de atividade física intensa, com descanso apenas aos domingos.

– Quando tinha 20 anos comecei a observar sangue na urina, fui ao médico e foram levantados dois possíveis diagnósticos: coágulo ou tumor na bexiga. Como havia perdido minha mãe com câncer, fiquei assustado e rezei muito para que a confirmação fosse de um coágulo. Nos exames seguintes nem o possível coágulo apareceu mais, e sempre atribuí isto a uma graça alcançada – conta Cláudio Vicente.

– Sou católico praticante e então prometi que faria o trajeto entre a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Centro de Capital, e a Igreja Matriz de Imaruí, cidade onde os meus pais nasceram, o que dá 110 km. No dia 12 de outubro de 2012 cumpri a promessa, mas só consegui concretizar quando busquei o apoio de uma assessoria esportiva e passei a ser orientado por um treinador – finaliza.

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