Inaugurado há mais de três décadas, a unidade da Central de Abastecimento de Joinville (Ceasa) registra atualmente o movimento mais baixo de sua história. A afirmação é de comerciantes, que em meio a uma série de dificuldades relacionadas à falta de estrutura, decidiram manter cinco boxes ativos no espaço localizado na Rua dos Bororós, no Distrito Industrial de Joinville.
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A administração da unidade foi tema de discussão nos últimos anos e, após longas negociações e inúmeros pedidos dos próprios produtores rurais, deixou de ser responsabilidade da Prefeitura de Joinville em fevereiro deste ano, passando a ser atendido pelos órgãos do Estado, como nas demais regiões catarinenses.
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Em março, uma reunião na Comissão de Economia da Câmara de Vereadores de Joinville foi realizada para discutir a necessidade de reparos nos galpões. No encontro, o engenheiro civil Rogério Ferrari Maistro, representante da Associação de Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc), falou sobre os projetos viabilizados pela própria Amunesc.
— O galpão está bem danificado, tem vários problemas de acessibilidade. Trabalhamos no projeto arquitetônico, deixando o galpão acessível, no projeto hidrossanitário, atendendo exigências da vigilância sanitária, no projeto preventivo contra incêndio, no projeto estrutural com rampas e melhorias, e no projeto metálico com o telhado externo que hoje está com riscos de queda — resumiu.
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A estimativa da Amunesc é que sejam necessários cerca de R$ 2,5 milhões para a execução das obras, verba que seria investida pelo Governo do Estado para atender as exigências mínimas dos projetos de reforma. Em 9 de março de 2023, o governador Jorginho Mello esteve em Joinville e anunciou, entre outras medidas, a transição administrativa da Ceasa Joinville para o Estado, em um período que duraria, à princípio, seis meses para a transferência organizacional. Neste período, segundo William Escher, secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Joinville, o município investiu cerca de R$ 700 mil para a reforma do Galpão do Produtor, ponto atingido por um ciclone bomba em 2020.
No início do ano, o vereador Adilson Girardi (MDB), presidente da Comissão de Economia no legislativo, esteve em Florianópolis acompanhado da vereadora Francine Olsen (Novo) e da secretária-executiva da Amunesc, Simone Schramm, buscando informações junto a direção estadual da Ceasa, mas o retorno não foi positivo.
— Tivemos uma decepção, porque a informação que nos passaram é que o governo está fazendo mais um diagnóstico, com mais seis meses de prazo. Fica parecendo que eles não querem fazer as reformas. Agora estamos nessa expectativa, cobrando para que o governo faça esse investimento, contrate os projetos que já estão prontos, e que contratem a empreiteira através de processo licitatório para executar as reformas — revelou Girardi em entrevista à CBN Joinville.
Sobre a capacidade de atendimento da Ceasa de Joinville, Girardi lamentou a subutilização do espaço, e comentou a baixa movimentação na unidade.
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— Temos cinco boxistas atualmente, e definhando, sendo que há espaço para 20, e depois da reforma ainda mais. No Espaço do Agricultor é pior é ainda, onde o produtor rural vende o seu produto, tem condições para atender até 50 produtores, mas como o Ceasa não tem movimentação, o agricultor não se motiva a vender. É pouca oferta e, consequentemente, pouca procura. Nós não sabemos se o governador Jorginho Mello está sabendo de todo esse problema, porque ele veio aqui, se comprometeu a solucionar, mas o fato é que não está acontecendo — finalizou.
A Ceasa foi criada pelo governo catarinense no fim dos anos 1980 com o objetivo de servir de elo entre produtores agrícolas e consumidores. Atualmente, há unidades em São José, Blumenau e Tubarão, além de Joinville.
O que diz o Estado
Procurada pela reportagem da CBN Joinville, a assessoria de comunicação da Ceasa/SC afirmou que o Estado está dentro do tempo estipulado pelo Grupo Gestor do Governo. Disse ainda que a Ceasa municipal de Joinville está sendo administrada de forma compartilhada entre a Seplan, SAR, Ceasa-SC, Epagri e Cidasc, e que dentre esses órgãos foi criado um grupo de trabalho com atribuições destinadas a cada um desses setores. Por fim, garantiu que após a conclusão dos estudos, sairá um diagnóstico que será apresentado ao Grupo Gestor dentro do prazo estabelecido. Já com relação à infraestrutura, o Ceasa/SC informou que foi solicitado ao Deinfra, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária de Joinville um relatório para que demonstre a situação atual do prédio dos permissionários.
Feira Direto do Campo
No último sábado (18), na tentativa de movimentar a unidade com agricultores familiares, a Prefeitura de Joinville realizou mais uma edição da Feira Direto do Campo, oferecendo produtos rurais frescos e com preços mais baixos, além da comercialização de plantas, artesanatos e até adoção de animais.
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