Com o fim da obra, sair de casa será um problema para quem mora ao lado da Ponte Hercílio Luz

A reabertura da Ponte Hercílio Luz em Florianópolis, prevista para 30 de dezembro, está preocupando os moradores da Servidão Dona Floriana, que fica ao lado, na cabeceira continental. Como o acesso às casas só é possível a pé, há anos, eles deixam os carros na frente dos tapumes da obra.

Agora, querem que a prefeitura crie uma nova área de estacionamento. Uma reunião para tratar do assunto está marcada para a tarde desta terça-feira (12).

Da frente do tapume, eles caminham até em casa pelas calçadas e escadas estreitas que formam a servidão na cabeceira continental. Com a liberação da ponte, o local que hoje serve para estacionar será usado para o tráfego de veículos.

Dificuldades

Com isso, entrar e sair de casa será um problema para idosos e outras pessoas alguma limitação física, como relata o morador Luís Carlos Fagundes.

— Aqui é uma servição que tem 20 famílias. Como vamos fazer para ir e vir? São pessoas idosas e principalmente essa moça que tem um cadeirante. Vem uma Kombi, leva ele lá embaixo e fica meia hora parado. Como ele vai fazer? — questionou.

Diariamente, uma van estaciona na frente do tapume para buscar Vitor Batista que é cadeirante e precisa ir à escola. Pra chegar até lá, ele sai da servidão usando uma rampa. Depois da liberação da ponte, a van terá que estacionar perto da Avenida Governador Ivo Silveira e a única opção para Vítor será enfrentar uma escada. Vítor relatou sua preocupação à NSC TV.

— Eu não vou ter como ir à escola e não vou poder ter meus momentos de lazer, não vai ter como sair – lamentou.

Na esquina com a Rua Quatorze de Julho, a servidão Dona Floriana começa com a largura de uma via normal, mas vai ficando estreita na subida até a cabeceira da ponte, onde o acesso se restringe a calçadas e escadas.

Alternativas

Os moradores reivindicam que a prefeitura crie alternativas, como explica o morador João Ribeiro da Silva.

— Deixar um espaço para a gente deixar nosso carro ali. É a única coisa que a gente pede, porque estrada não tem como fazer. Então, tem que deixar os carrinhos mais próximos. Aí, eles têm que ver, ou fazer uma estradinha por baixo da ponte, que ali tem um pedaço de terra que é do governo… pra entrar vai ser fácil, mas pra sair vai ser difícil —declarou.

A prefeitura de Florianópolis informou que a área onde os moradores deixam os carros será a via de acesso à ponte e uma passarela de pedestres. Não está previsto o projeto de um novo estacionamento no local.

A secretaria de infraestrutura está em contato com moradores que vão precisar de apoio com transporte para decidir o que pode ser feito.