Ao mesmo tempo que a população brasileira passa a se concentrar mais nos centros urbanos, 85,1% vive em cidades, também torna-se cada vez menos jovem. Nos últimos 10 anos, a proporção de pessoas de até 29 anos passou de 54,4% para 45,7% e deve seguir diminuindo com a perspectiva de redução das taxas de fecundidade e aumento do percentual de idosos brasileiro. Nesse cenário, a população catarinense puxa os índices para baixo com a relação de filho por mulher: 1,57, a menor do país junto com Distrito Federal.

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A redução no número percentual de jovens em Santa Catarina também é perceptível ao analisar os índices de crianças e adolescentes até 14 anos. O estado tem 18,9% da população nessa faixa etária, um dos menores do Brasil. Por outro lado, os catarinense tem a maior expectativa de vida ao nascer do país com 75,1 anos para os homens e 81,8 anos entre as mulheres, enquanto a nacional é de 71,6 e 78,8 anos, respectivamente. Esse envelhecimento populacional deve se acentuar nas próximas décadas e os jovens até 29 anos devem representar 38,6% da população brasileira em 2030.

— A redução da taxa de fecundidade reduz há mais de 10 anos. Desde 2000 percebemos isso em Santa Catarina. Mas precisamos levar em conta a discussão de gênero, como a inserção da mulher no mercado de trabalho, o que leva mulheres e homens a fazer escolhas diferentes e definir suas prioridades — aponta Luciana Zucco, professora curso Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A professora também avalia que homens e mulheres planejam melhor suas vidas e tomadas de decisões, principalmente como a de ter ou não filhos.

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— O acesso a informação relacionadas à saúde também leva a um planejamento maior para tomadas de decisões. Talvez hoje esse homem e essa mulher tenham escolhas mais refletidas e com mais fatores de informação sobre suas reprodução — avalia Luciana.

Percentual da população brasileira residente por grupos de idade
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Santa Catarina também é o estado onde mais pessoas se autodeclaram brancas. De toda a população catarinense, 84,3%, se diz de cor e raça branca e 15,7% negros ou pardos. Junto com Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo são os únicos estados em que a maioria se declarou branca.

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Da população para a economia

Apesar de a população catarinense se encaminhar para um perfil etário mais elevado, a razão de dependência populacional catarinense é uma das menores do país. A proporção leva em conta o número de pessoas dependentes em relação às economicamente ativas, com idade entre 15 e 59 anos. No Brasil, o razão de dependência populacional diminui de 58,3, em 2004, para 54,7 pessoas para 100 ativas em 2014. A redução é reflexo da diminuição da dependência de número de jovens que compensou o aumento da dependência de idosos no mesmo período, reflexo da queda na taxa de fecundidade.

Nesse aspecto, Santa Catarina tem a segunda menor razão de dependência entre os estados brasileiros, com 49,7 inativos para cada 100 ativos, atrás apenas do Distrito Federal. Se considerar apenas os jovens, o estado é líder com 28,2, o que também leva em conta a baixa taxa de fecundidade entre as mulheres catarinenses. Isso significa que o Estado ainda tem uma uma população de maioria ativa, o que é bom para a economia. Porém o baixo número de filhos e alta expectativa de vida deve colocar o estado com um alto número de idosos e uma proporção maior de inativos nos próximos anos.

Entenda o cálculo de anos de vida e anos trabalhados para se aposentar

Apesar das variações no crescimento econômico brasileiro na última década, com aumento e queda do Produto Interno Bruto (PIB), a desigualdade social do país reduziu progressivamente. De acordo com índice Gini, que mede a desigualdade com base no rendimento das pessoas com mais de 15 anos, o Brasil saiu de 0,555 em 2004 para 0,497 em 2014. Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Amapá e Roraima se destacam com taxas entre 0,429 e 0,458, as melhores do país.

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