Os servidores públicos federais em greve se mobilizam em todo o Brasil durante esta quinta-feira no movimento que denominam Dia Nacional de Lutas.

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Pela manhã, em Porto Alegre, representantes de diversas entidades fizeram uma passeata de duas horas desde a Avenida Padre Cacique até o prédio do Ministério da Fazenda, na Avenida Loureiro da Silva. Motoristas que utilizaram o trecho enfrentaram congestionamento na região entre as 8h e as 10h30min.

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– O trajeto entre o Beira-Rio e o prédio da Fazenda significou um ato simbólico, pois o governo diz não ter recursos para dar aumento, mas disponibiliza milhões para a Copa do Mundo. E ainda bate recordes de arrecadação – justifica o presidente do Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (Sindiserf/RS), Marizar Mansilha de Melo.

Em São José dos Pinhais (PR), o Aeroporto Internacional Afonso Pena teve 26% dos voos cancelados e 46% atrasados, segundo informação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Desde terça-feira a Polícia Federal do Paraná realiza no aeroporto a chamada Operação Padrão, com revistas mais rigorosas dos passageiros e de suas bagagens no embarque e desembarque.

A medida, repetida em diversos outros terminas de todo o Brasil, está sendo usada pela categoria para chamar atenção para suas demandas: reestruturação da carreira, reposição salarial de 30%, aumento de efetivo, entre outras.

Em Porto Alegre, passeata durou duas horas

Foto: Ronaldo Bernardi

Nos principais aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo estão previstas operações-padrão a partir das 16h desta quinta. No Salgado Filho, em Porto Alegre, houve atrasos em voos de chegada da TAM, Gol e Azul pela manhã. Todos eram provenientes do Paraná. Pelo menos uma partida da Gol para o aeroporto Afonso Pena também sofreu atraso, conforme a Infraero.

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No Rio de Janeiro, manifestantes protestaram por melhores condições de trabalho na Candelária. Eles seguiram em passeata ao longo da Avenida Rio Branco, uma das principais vias do centro, em direção à Cinelândia. Cartazes, faixas, apitos e carros de som foram usados durante o percurso, com a finalidade chamar a atenção da população para as reivindicações dos servidores.

Na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) deferiu liminar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinando que 70% dos servidores lotados em áreas essenciais mantenham as atividades deles, mesmo com a greve. A paralisação, iniciada no último dia 16, tem prejudicado a importação e armazenagem de diversos produtos sujeitos à fiscalização da vigilância sanitária em portos e aeroportos do país.

Em Brasília, manifestantes se reuniram na Praça dos Três Poderes

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Dados da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) apontam que 350 mil servidores estão de braços cruzados, divididos em 26 categorias. No Rio Grande do Sul, são mais de 6 mil profissionais paralisados, conforme o Sindicato dos Servidores Federais do Rio Grande do Sul (Sindiserf/RS).

Entre as instituições estaduais em greve estão Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Polícia Rodoviária Federal (PRF), l Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Polícia Federal (PF), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), fiscais da Agricultura, institutos federais e escolas técnicas de ensino.

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O Comando Nacional de Greve programa para toda a próxima semana atos em Brasília para pressionar o governo. Mais de mil manifestantes devem sair do Rio Grande do Sul rumo à capital nacional. A União tem até o dia 31 para enviar a proposta de despesa com pessoal prevista no orçamento de 2013 ao Congresso Nacional.

Confira parte dos setores paralisados no país e os reflexos nos serviços prestados:

– Agência Nacional de Aviação Civil (Anac): desde 16 de julho. Prejuízo à circulação de aeronaves no país.

– Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): desde 16 de julho. Lentidão no trâmite de produtos nas fronteiras.

– Auditores da Receita Federal: desde 16 de julho. Lentidão no trânsito de produtos nas fronteiras.

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– Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): desde 22 de junho. Paralisação de pesquisas.

– Fundação Nacional do Índio (Funai): desde 21 de junho. Atraso nas avaliações de terras para indígenas.

– Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): desde 18 de junho. A mobilização já levou ao adiamento de divulgação de pesquisas.

– Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra): desde 20 de junho. Causa atraso em 20 mil processos de legalização fundiária.

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– Ministério da Saúde: desde 18 de junho. Gera lentidão nos postos de saúde

– Servidores administrativos da Polícia Rodoviária Federal (PRF): desde 2 de julho. Possível atraso na análise de multas