Desde o recebimento da primeira dose das vacinas contra a dengue, Santa Catarina evolui a passos lentos na cobertura vacinal. Em mais de quatro meses de vacinação ativa (a primeira remessa foi enviada no final de fevereiro), a região Nordeste, primeira a receber os imunizantes, ainda não alcançou 40% da cobertura vacinal. Em contrapartida, o número de casos prováveis da doença subiu de 340 mil (dados divulgados em 19 de junho) para 354.089 (dados divulgados nesta quarta, 3) em 285 municípios do Estado, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).

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Os casos prováveis se referem aos registros computados até 1º de julho de 2024 e representam um aumento de 161,78% comparando com o mesmo período do ano passado.

Já em relação às mortes, foram confirmados 272 óbitos por dengue, e outros 54 permanecem em investigação pela Secretaria Municipal de Saúde com apoio da Secretaria de Estado da Saúde.

Os focos do mosquito Aedes aegypti, também de acordo com o último informe, estão presentes em 254 municípios, totalizando 46.629 focos. Dos 295 municípios catarinenses, 171 são considerados infestados pelo vetor, dois a mais do que o último relatório.

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Vacinação avança pouco

Desde fevereiro, além da região Nordeste, a Grande Florianópolis, o Médio Vale do Itajaí e parte do Oeste, na região de Chapecó, receberam doses. Em todo o Estado, a cobertura vacinal é de 25,48% do público-alvo, de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A meta definida pelo Ministério da Saúde é de 90%.

São mais de 221 mil pessoas na população alvo, e apenas 56.377 delas receberam ao menos uma dose da vacina. O diretor de Vigilância Sanitária do Estado, João Augusto Brancher Fuck, salienta que o esquema vacinal completo é de duas doses. Se considerar o esquema completo, a cobertura é ainda menor.

— A gente precisa destacar que a vacina é mais uma estratégia no enfrentamento da doença. Ela acaba tendo importância na prevenção, especialmente das formas graves e dos óbitos — destaca o diretor.

— Mas, também é importante lembrar as pessoas que elas precisam procurar essa vacinação desses públicos-alvos. É fundamental buscar a vacina nessas regiões de saúde, levar crianças e adolescentes às unidades de vacinação, já que, com elas vacinadas, a gente tem a garantia de proteção.

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Ele reforça que para uma vacina ser incluída no calendário, como é o caso do imunizante contra a dengue, ela tem que ser comprovadamente eficaz e segura, passa por várias fases e é aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O principal objetivo é proteger contra as formas mais graves da dengue, que podem causar morte. Em Santa Catarina este ano foram mais de 260 mortes pela doença.

Como está a cobertura vacinal em cada região

Primeira a receber a vacina, a região Nordeste tem a maior cobertura até agora: 39,8% das mais de 71 mil pessoas que incluem o público-alvo receberam ao menos uma dose da vacina.

Em seguida, as doses foram enviadas para os municípios da Grande Florianópolis, onde há 77 mil crianças e adolescentes no público-alvo. Até agora, 24,3% da população alvo foi vacinada com ao menos uma dose.

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No Médio Vale do Itajaí, a cobertura vacinal é de 13%. Os municípios da região somam mais de 47 mil crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, que compõem o público-alvo.

Mais recentemente, a região Oeste recebeu as vacinas. São 24 mil pessoas no público-alvo, com apenas 10,2% vacinados até agora.

Veja os dados por cidade

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