Uma aula de crossfit pode parecer extremamente exaustiva aos olhos de quem não costuma praticar atividades físicas. Imagine uma sala repleta de equipamentos como barras, cordas, pneus de trator e muitos pesos. As atividades são intensas e os músculos são estimulados à exaustão em repetidas séries de exercícios que mesclam condicionamento e resistência. Por isso, o crossfit é perfeito para quem gosta de desafios, porque é preciso muita persistência para não abandonar a atividade assim que os músculos começam a queimar e o coração parece que vai saltar pela boca. A modalidade cresce à medida que mais pessoas se preocupam com qualidade de vida. Em solo catarinense, são aproximadamente 10 academias credenciadas.
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O esporte surgiu nos Estados Unidos e é bastante praticado por grupos especiais do exército e se tornou febre mundial. Mães, avós, crianças e pessoas acima do peso, ou com algum tipo de limitação, também estão entre os praticantes. Mas o alerta dos especialistas é com relação à sobrecarga.
– Todo treinamento físico deve respeitar as individualidades do aluno, o histórico de patologias, as disfunções musculares e articulares e os objetivos de cada um. Não ser criterioso com aspectos importantes como estes pode originar disfunções relacionadas à sobrecarga – alerta o fisioterapeuta Rafael Klentz.
Algumas pessoas têm medo do crossfit por conta das lesões, já que, olhando de fora, os exercícios parecem bastante agressivos. O médico do esporte, Bruno Cardoso, explica que, além de cuidar com o excesso de carga, é preciso corrigir a postura ao realizar os exercícios. O papel do coach – como é chamado o treinador de crossfit – é fundamental na orientação dos alunos.
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Modalidade faz sucesso no Brasil
De acordo com o educador físico Jonas Spricigo Júnior, o crossfit desembarcou no Brasil em 2011 e atualmente são mais de 500 box – como são chamadas as academias – espalhadas pelo país.
– Crossfit é uma tendência e costumo dizer que é o ¿vale-tudo fitness¿, porque é um misto de valências físicas. Mistura ginástica, exercícios com peso e trabalho cardiovascular – explica Jonas.
Muitos se identificam com as aulas dinâmicas e, em certo ponto, exaustivas. Outros se assustam com os exercícios de força, mas ficam curiosos com o esporte. O fisioterapeuta Rafael Krentz alerta que é preciso buscar referências dos profissionais, que necessariamente têm que ser educadores físicos, e levar em conta o método utilizado no box. O importante é atender as necessidades do aluno sem comprometer a saúde.
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Viciadas no crossfit, catarinenses participam de competição em SP
Há uma unanimidade entre os praticantes da modalidade: crossfit vicia. A adrenalina que envolve os treinos, a competição saudável entre os alunos de um box e a briga individual contra o relógio são ingredientes que tornam a prática ainda mais apaixonante e palco de grandes competições mundo afora, transmitidas por emissores de televisão e sites especializados que se multiplicam.
Quem leva o esporte a sério como a empresária Janaína Santos, dedica horas de treinamento intenso para os grandes eventos, a exemplo da disputa que acontecerá neste final de semana, em São Paulo. Ela fará parte de um trio de competidoras catarinenses que treinam em Florianópolis e embarcam hoje rumo ao WKND Wars, um dos principais campeonatos de crossfit do Brasil, com mais de 600 atletas.
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Na bagagem, Janaína leva a experiência de ter conquistado alguns pódios e a participação em mais de 15 competições, uma delas no Paraguai. Desde que iniciou no esporte, em 2013, ela destaca que o vício aumentou e garante sentir falta da adrenalina dos treinos e até mesmo das competições quando passa muito tempo sem participar.

– O que me prende ao esporte é a superação. A gente sempre acha que vai chegar ao limite do corpo, mas não chega. Treinando se percebe que é possível fazer mais e ir além – garante.
Na competição que acontece neste final de semana, em São Paulo, Janaína conta com a confiança e a dedicação aos treinos para conquistar mais um lugar no pódio ao lado das atletas Mariana Gusi e Shirlley kreutzfeld. O trio compete junto há cerca de um ano e meio e está preparado para enfrentar as fortes adversárias paulistas.
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– Estamos confiantes, treinamos muito e vamos para o WKND Wars para incomodar as nossas adversárias. Acredito que podemos voltar de lá com um ótimo resultado – aposta Janaína.