Santa Catarina tem apenas sete leitos de UTI na rede pública para o atendimento de crianças e bebês. Dos 371 leitos disponíveis, 364 estavam ocupados na manhã desta sexta-feira (2), segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
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A pior situação está nos leitos pediátricos onde há três vagas, com uma taxa geral de ocupação de 97,66%. As vagas são no Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages (2), e no Hospital Universitário Pequeno Anjo, em Itajaí (1). Já nas demais unidades, a lotação é de 100%.
Em relação aos leitos de UTI neonatal, são quatro vagas, com 98,35% de taxa geral de ocupação. São duas vagas no Hospital Universitário, em Florianópolis, e duas no Hospital Regional de Araranguá, no Sul do Estado. Os demais hospitais seguem com 100% de lotação.
Ao levar em consideração os leitos destinados aos adultos, a taxa geral é de 90,98% de ocupação. Dos 833 leitos ativos, 812 estão ocupados, sendo que 10 são por pacientes com Covid-19.
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Confira as vagas disponíveis:
Pediátrico
- Hospital Infantil Seara do Bem, em Lages – duas vagas
- Hospital Universitário Pequeno Anjo, em Itajaí – uma vaga
Neonatal
- Hospital Universitário, em Florianópolis – duas vagas
- Hospital Regional de Araranguá, em Araranguá – duas vagas
Dengue e doenças respiratórias
De acordo com o governo estadual, a rede é pressionada por casos de dengue e doenças respiratórias, agravadas pela baixa cobertura vacinal. O chefe do departamento de saúde pública da UFSC, Rodrigo Moretti, explica que a alta das doenças respiratórias já é esperada para essa época do ano, com a queda das temperaturas, mas que essa não é a única razão para a crise das UTIs. O problema é, na verdade, contínuo e só fica mais evidente quando há maior pressão sobre a rede hospitalar, o que ocorre agora.
A crise parte, ainda segundo Moretti, de um histórico de baixa formação de profissionais especializados para atuar em UTIs e de investimentos abaixo do necessário ao longo dos anos, o que depende não só do governo estadual, já que a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é tripartite — os municípios e o governo federal, hoje sob gestão Lula (PT), também são responsáveis.
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Conforme a Secretaria do Estado da Saúde, o número é causado por aumento de bronquiolite, asma e pneumonia, doenças com maior registro nas últimas semanas. Diante da ocupação, a pasta pretende abrir nas próximas semanas novos leitos adultos no Estado — a maioria no Vale do Itajaí, onde os hospitais já estão com 100% de ocupação.
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