A escolha de abdicar do campeonato e fazer a promoção dos jovens custou caro ao Figueirense. Com uma equipe inexperiente, o Furacão perdeu para o Grêmio, que construiu o placar de 4 a 2 no Estádio Orlando Scarpelli com certa tranquilidade. Os catarinenses ainda alcançaram duas marcas negativas: a de pior defesa do campeonato, com 69 gols sofridos e a lanterna da Série A.

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Inofensivo na frente e vulnerável na parte defensiva, os poucos torcedores do Figueirense presentes viram um meia roubar a cena. Zé Roberto, aos 38 anos, esteve incansável. Deu assistências, fez gol e decidiu a partida a favor dos gaúchos, que precisam vencer o Gre-Nal do próximo domingo para garantir o vice-campeonato da Série A e a vaga direta para a fase de grupos da Libertadores da América.

A partida também marcou a despedida de Túlio diante dos torcedores do Figueirense. Como o clube optou por não renovar o contrato do jogador, o volante deixará o time no final do campeonato. O último jogo do Furacão na primeira divisão será no próximo domingo, contra o Coritiba, no Estádio Couto Pereira, às 17h.

Experiência e tranquilidade

Sem pretensões no campeonato e fazendo testes, os jogadores do Figueirense entraram em campo com vontade. O Grêmio, como é de sua característica, também não aliviou o pé. Marcação forte e pressão na saída de bola dos dois times faziam com que muitos erros de passe acontecessem. No Figueirense, Aloisio era o único homem de frente e contava com a chegada dos meias Jean Deretti e Bruno Nazário. Pelo lado gremista, as bolas passavam sempre por Zé Roberto, homem de criação.

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As jogadas, porém, não surgiram. Com sucessivos impedimentos, as equipes só deram o primeiro chute a gol aos 21 minutos, quando Zé Roberto lançou Leandro que, sozinho, de frente para Tiago Volpi, finalizou em cima do goleiro do Figueirense. Não satisfeito, o camisa 10 gaúcho resolveu dar outro presente, dois minutos mais tarde, mas dessa vez mudou o endereçado. Zé Roberto tocou para Elano, que ao contrário do jovem atacante, encheu o pé mirando o ângulo, sem chances para o arqueiro catarinense.

Com o gol sofrido, o Figueirense tentava chegar na meta adversária, mas ficava preso na boa marcação dos volantes e dos zagueiros, que conseguiam dominar o trio ofensivo alvinegro. O Grêmio, mais incisivo nas chegadas, assustava. Tiago Volpi, exigido, praticava boas intervenções, impedindo que ampliasse o placar.

A partir da metade final do primeiro tempo, o Grêmio empurrou o adversário e, com um toque de bola envolvente, começou a controlar a partida e fazer o tempo passar. A tática funcionou e os gaúchos ampliaram a vantagem. Após o corte de cabeça da defesa do Figueirense em uma cobrança de escanteio, o camisa 10 do Tricolor pegou o rebote na entrada da área e fuzilou de canhota. Tiago Volpi ainda tocou na bola, mas não evitou que ela morresse no fundo das redes. Nos acréscimos, André Lima ainda acertou uma bela finalização na trave e, na sequência, Souza marcou, ao testar sozinho a bola em uma cobrança de escanteio, levando a goleada para os vestiários.

Gesto de silêncio e vaias

Na volta do intervalo, o Figueirense entrou em campo sem Túlio, que se despediu dos torcedores do clube. O capitão alvinegro deu lugar a Claudinei e, em cinco minutos, o Furacão mostrou chegou com mais perigo do que no primeiro tempo. Jean Deretti buscava arrancar em velocidade, em uma jogada individual construída, rolou para Helder, que chutou forte, assustando Marcelo Grohe.

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O ímpeto, porém, durou pouco tempo e o Figueirense voltou a ser pouco perigoso. Com Zé Roberto ditando o ritmo gremista, as equipes davam a impressão de satisfação com o resultado. Irritado, Aloisio brigava com os defensores e buscava empurrar o time. E foi dos pés do melhor jogador alvinegro no campeonato que o gol chegou. Léo Lisboa, que havia recém-entrado, sofreu um pênalti. O Touro Bandido bateu bem e diminuiu a vantagem gremista. Na comemoração, gestos de silêncio para a torcida do Grêmio, time que o revelou.

Na sequência, dois acontecimentos que deram nova cara à partida. Enquanto Marquinhos, ex-Avaí, preparava-se para entrar e era vaiado, assistiu a Aloisio marcar seu segundo gol na partida. Depois de cobrar uma bola na barreira, o atacante pegou o rebote e de canhota acertou o canto direito de Grohe, marcando seu 14º gol na Série A. A reação, porém, durou pouco. Dois minutos depois do gol, Leandro apareceu sozinho depois de assistência de Elano e marcou o quarto tento gremista.

O gol do adversário derrubou o Figueirense, que passou a ser envolvido em campo. Novamente Zé Roberto deu tranquilidade ao Grêmio e o ritmo passou ao som de olé da torcida visitante. Os jovens alvinegros se esforçavam, correndo quase em círculos, sucumbindo à experiência do camisa 10 Tricolor.

FICHA TÉCNICA ?

FIGUEIRENSE (2)

Tiago Volpi; Léo, Américo, Guti e Helder; Túlio (Claudinei), Diogo, Ryan, Bruno Nazário (Léo Lisboa), Jean Deretti; Aloisio (Heber)

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Técnico: Fernando Gil

GRÊMIO (4)

Marcelo Grohe; Tony, Werley, Naldo e Léo Gago; Fernando (Marco Antônio), Souza, Elano (Marquinhos) e Zé Roberto; Leandro e André Lima (Anderson Pico)

Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Gols: Aloisio (F), aos 19 e aos 23 minutos do 2º tempo; Elano (G), aos 23 minutos do 1º tempo, Zé Roberto (G), aos 42 minutos do 1ª tempo, Souza (G), aos 46 minutos do 1º tempo, Leandro (G), aos 25 minutos do 2º tempo.

Amarelos: Helder (F), Guti (F), Aloisio (F); Fernando (G), Marco Antônio (G), Tony (G), Anderson Pico (G)

Local: Orlando Scarpelli

Arbitragem: Elmo Alves Resende da Cunha (GO), auxiliado por Christian Passos Sorence (GO) e Edson Antônio de Sousa (GO)

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