Já chega a 15,7 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza na Argentina. O número aumentou nos primeiros seis meses de 2024 e representa 52,9% da população. os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país (Indec) e reforçam a pressão sobre o presidente Javier Milei, que governa o país há 10 meses.

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O levantamento do Indec engloba 31 aglomerados urbanos da Argentina e mostra que mais da metade da população está em situação de pobreza, um total de 4,3 milhões de famílias.

Segundo o g1, esses novos dados reforçam a pressão sobre o presidente Javier Milei, que completou 10 meses de governo no país castigado por forte crise econômica e social. São dívidas elevadas, câmbio deteriorado, reservas internacionais escassas e inflação da ordem de 236%.

Governo Milei acelerou processo?

Conforme o Indec, 3,4 milhões de pessoas entraram para a faixa da pobreza durante os seis primeiros meses da gestão Milei. O aumento é de 11,2 pontos percentuais (p.p.) em relação ao segundo semestre de 2023, quando 12,3 milhões de pessoas (41,7% da população) estavam nessa situação.

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Para saber quem está abaixo da linha da pobreza, o Indec calcula o rendimento das famílias e o acesso a necessidades essenciais, como alimentos, roupas, transporte, educação e saúde.

Ainda de acordo com a pesquisa, 5,4 milhões de pessoas estão em situação de indigência: 18,1% da população. No segundo semestre de 2023, esse número correspondia a 3,5 milhões de pessoas (11,9%).

Quando observadas as famílias, 1,4 milhão foram consideradas indigentes (13,6%) no primeiro semestre deste ano — acima das 870 mil contabilizadas no fim de 2023 (8,7%).

O Indec classifica como em situação de indigência as pessoas que não têm acesso a uma cesta de alimentos suficiente para suprir as necessidades diárias de energia e proteína.

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Após dez meses de governo do presidente Javier Milei, a inflação mensal caiu de 25,5% em dezembro de 2023 para 4,2% em junho deste ano. Embora a inflação acumulada seja de 236,7% em 12 meses, essa desaceleração tem sido um dos trunfos do governo argentino.

Mas para a população, o corte de gastos que levou à desvalorização do câmbio, paralisação de obras públicas e o corte de subsídios em tarifas de serviços essenciais, é duro de aguentar. Desde o início do ano, os preços de água, gás, luz e transporte público estão bem mais altos. Além disso, o mercado de trabalho argentino também piorou e a pobreza subiu, enquanto o PIB do país levou tombos de 5,1% no primeiro trimestre e 1,7% no segundo trimestre deste ano.

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