O vento sul chegou com tudo e virou o tempo no leste da Ilha nesta quinta-feira (03). O mar da Joaquina ficou sem nenhuma condição para a o surfe. O dia amanheceu nublado, com muito frio e vento na praia. Por isso, o chefe de arbitragem do Hang Loose Pro Contest, Luli Pereira, decidiu suspender a competição, o chamado day off. As provas devem ser retomadas nesta sexta-feira.

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Não tinha praticamente ninguém nas areia da Joaca pela manhã. Situação totalmente contrária à dia anterior, quando o sol apareceu e lotou complemente a praia. Às 7h30, foi feita a chamada dos surfistas que estariam no páreo hoje, e assim que eles foram informados da suspensão, deixaram o local. Entre os que foram embora, estava Adriano de Souza. A equipe da Liga Mundial de Surfe (WSL) também deixou o espaço e foi para o escritório da entidade, no bairro Itacorubi

— Já estava na previsão desde o final da tarde de ontem (quarta) a força desse vento sul, que entrou rasgando. As ondas estavam completamente sem formação. E como a gente tem uma janela de espera até domingo,então existe a possibilidade de até mais um dia de folga, se necessário. Mas a tendência agora é o vento diminuir — explica Luli, catarinense de Balneário Camboriú que desde 2009 é árbitro do WCT, a primeira divisão do surfe mundial.

A previsão é de tempo ensolarado para esta sexta-feira. Mineirinho estará na quarta bateria do dia contra o americano Parker Coffin, o neozelandês Ricardo Christiee o taitiano Mihimana Braye. Essa disputa fecha a segunda fase. Na sequência, começa a terceira fase com Gabriel Medina. A bateria dele tem mais dois brasileiros, Thiago Camarão e Wiggolly Dantas, além do australiano Soli Bailey.

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    Como funcionam os critérios da arbitragem

      Nas primeiras fases, as baterias são de 25 minutos com 4 atletas. Os dois primeiros se classificam. Eles podem pegar quantas ondas que quiserem, mas somente as duas melhores notas são somadas. São cinco juízes de diferentes nacionalidades, e as notas podem variar de 0.1 a 10. Corta-se a maior e a menor notas. Os surfistas revezam quem tem prioridade para pegar a onda. Se alguém interferir é penalizado com a perda de uma onda. Conforme Luli Pereira, os critérios podem parecer bastante subjetivos para leigos, mas coma descrição dos locutores e comentaristas, fica mais fácil entender.

      — Nós observamos o compromisso e o grau de dificuldade, a combinação de manobras, se há manobras progressivas e inovadoras, a variação do repertório, velocidade, força e fluidez do atleta. As manobras variam de acordo com as condições do mar do dia. E aí a gente adapta os critérios conforme essas condições. No caso da Joaquina,por exemplo, estamos priorizando a combinação de manobras — detalha o chefe de arbitragem.

      Quando o campeonato afunila para 24 atletas, são feitas baterias de 3 surfistas e 30 minutos. A partir dali, quartas de final, semifinal e final, são baterias de homem a homem. Os competidores do Hang Loose Pro Contest estão no WQS (série qualificatória) e buscam os 6 mil pontos que o torneio irá entregar para conseguir acesso ao tão sonhado WCT. O prêmio em dinheiro, 25 mil dólares, é o menos importante nessa luta.

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      Juiz brasileiro do WCT é catarinense

      Aos 40 anos, Luli Pereira é o único brasileiro que faz todo o circuito do WCT. E tudo começou em 2004, quando o catarinense deixou de competir e aceitou um convite da Associação Brasileira de Surfe Profissional para julgar campeonatos juniores. Ainda nos anos 2000,ele já havia sido campeão amador catarinense e ficou entre os melhores do Brasil no profissional.

      — Eu comecei na minha associação local, em Balneário Camboriú, lá em 1996, enquanto eu surfava profissionalmente. E fui julgando paralelamente ao surfe profissional. E desde que eu aceitei o convite da Associação, as portas foram se abrindo. Desde 2009, eu faço o WCT completo e sou chefe dos juízes nos campeonatos no Brasil —relembra o árbitro.

      Quer ver o Mineirinho e o Medina? Então chegue bem cedo

      A exemplo do que aconteceu na quarta-feira, a Joaquina deve ficar completamente lotada na sexta também. Talvez um pouco menos por não se tratar de feriado. Por isso quem quer acompanhar o Hang Loose na praia e vai de carro, a dica é chegar antes das 8h. As vagas de carro na rua esgotam rápido, e o motorista não acha estacionamento por menos de R$ 15.

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      Por isso, às vezes é melhor até ir de ônibus. Ou se tiver pique,subir o morro da Joaquina a pé, dá uns 20 minutos. E depois na volta, a descida é mais fácil e a pessoa não fica trancada nafila. Também dá pra caminhar pela praia e sair na trilha do Rio Tavares. De lá, tem ônibus para a Lagoa e para o Centro.

      Também é bom chegar cedo pra pegar um bom lugar. Quando as provas começam,a faixa de areia é tomada. Também lota de espectador nas pedras e até nas dunas. Como tem surfista de 22 países, muitos trouxeram parentes e amigos, e eles também estarão assistindo.

      Os preços na Joaquina são salgados. Um almoço custa mais de R$ 30.Tem vendedor ambulante, mas o melhor é trazer a comida e bebidas de casa. E claro, muito protetor solar.

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