Pouco antes de cravar o melhor tempo nos treinos livres realizados na tarde de quinta-feira, no kartódromo do Parque Beto Carrero World, o piloto Rubens Barrichello também se mostrou rápido com as palavras. Enquanto observava à distância o trabalho dos mecânicos da equipe Barrichello, Rubinho falou sobre a prova de sábado e foi cauteloso quando o assunto era Fórmula 1 e o seu provável futuro na Stock Car.

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Após 18 anos de atividade na principal categoria do automobilismo, Rubinho lamentou não ter tido tempo para curtir Santa Catarina, mas guarda na lembrança o título brasileiro de kart conquistado em Florianópolis.

Ao lado de Felipe Giaffone e Bia Figueiredo, Rubinho correrá com o kart número 71, um dos favoritos para a 16ª edição das 500 milhas da Granja Viana.

Diário Catarinense – O segundo lugar no ano passado ficou engasgado?

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Rubens Barrichello – Não, de forma alguma. No ano passado a gente teve um pormenor que em um dos pits não entrou a gasolina como deveria e tivemos que fazer um pit a mais, que nos custou a vitória. A gente está indo bem para caramba, mas equipe Fittipaldi fez um cálculo extraordinário e fizeram um pit stop a menos, e acabamos ali, a três segundos da vitória. Mas é muito legal uma prova de 12 horas acabar na última volta sem saber quem vai ganhar, então é sensacional.

DC – A estratégia é fundamental, mesmo com a liberação de chassis para esta edição?

Barrichello – Com certeza. Tem muito a ver, com a gasolina, e com salvar o equipamento. Tem muita coisa que pode influir.

DC – Como é a sua relação com o Felipe Giaffone, seu companheiro de equipe nas 500 milhas e parente?

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Barrichello – O Felipe é primo da minha esposa (Silvana) e dos caras do automobilismo é o mais leal. A família Giaffone também é de se tirar o chapéu. Então, a gente faz uma parceria ótima aqui. Eu não apito no dele, ele não apita no meu, e a gente faz um ambiente em harmonia, o que é bem legal.

DC – As 500 milhas é um momento de confraternização, mas todos querem ganhar. Qual o seu envolvimento e nível de competitividade em relação a prova?

Barrichello – Meu nível de envolvimento é 100%. É divertido, tem aquela coisa dos jantares, de estar com os amigos, mas o meu comprometimento é total.

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DC – Você já a trouxe a família para curtir a prova e o Parque Beto Carrero World no ano passado, o que a família Barrichello achou da estrutura em SC?

Barrichello – Eles estiveram aqui ano passado e estão chegando amanhã (hoje). Eu adorei. O parque Beto Carrero tem uma área aqui que é sensacional, os shows. As crianças adoraram, e nós também.

DC – Você não costuma visitar muito Santa Catarina. Qual a sua relação com o Estado?

Barrichello – Isso porque meu trabalho é demorado, eu viajo muito e não dá mesmo. Mas pelo menos nestas corridas (eu venho). Eu fui campeão brasileiro (de kart) em 1984 em Florianópolis e voltar lá para guiar na corrida do Desafio das Estrelas (ano passado) foi sensacional.

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DC – Você vai participar da próxima edição do Desafio das Estrelas?

Barrichello- Não sei cara, porque mudaram para janeiro (10 e 11) e está na marca do pênalti.

DC – Qual a tua avaliação da tua temporada na Indy?

Barrichello – Olha, se você olhar pelo resultado em si, não foi muito bom (entre 35 pilotos, Rubinho terminou em 12º na classificação com 289 pontos e a melhor colocação foi um quarto lugar). Mas a minha adaptação ao carro foi muito difícil, muito difícil. Demorou um tempo para essa adaptação. Melhorei no final e com certeza, se fizer de novo, farei melhor.

DC – Sua participação na Stock Car na temporada 2013 já está confirmada?

Barrichello – Não, ainda não. O Cacá (Bueno) desmentiu depois. (Na véspera, o piloto da Stock Car chegou a afirmar que Rubinho estava contratado por uma forte equipe da categoria).

DC – O Bernie Ecclestone esteve aqui no Beto Carrero para conhecer o projeto de um autódromo. Você acha que o Interlagos pode perder o GP Brasil para um projeto futuro?

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Barrichello – Eu vi a foto (de Bernie Ecclestone, em visita ao parque). Eu não sei quais são os interesses e é difícil eu ter essa opinião, porque por 20 anos fui aquele cara que morou em Interlagos. Sou um habitante daquela pista, então nem quero ter esse tipo de envolvimento.

DC – O brasileiro Felipe Massa fez um ótimo segundo semestre em 2012 e muitos dizem que 2013 pode ser o ano dele. Você concorda?

Barrichello – Eu acho que olhar esse tipo de bola de cristal tão antes do tempo é muito difícil. A Fórmula-1 não dá continuidade aos carros, você tem estratégias novas, então muda muita coisa.

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DC – Vamos fazer um bola de cristal para sábado (amanhã) na prova. Como está sua equipe para a disputa?

Barrichello – Tem pelo menos 15 karts brigando pela vitória e vamos esperar. Eu sempre guio o nosso kart na largada.