Na véspera da decisão que pode dar ao Brasil seu primeiro ouro olímpico no futebol, o técnico Mano Menezes admite que sente um “friozinho na barriga” nas horas que antecedem ao jogo contra o México. O treinador admite buscar sempre ser racional, mas observa que um pouco de emotividade é um componente importante no futebol.

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– Eu tento ser muito mais racional do que emocional. Penso que tenho conseguido fazer isso bem. Porque ao comandante é necessário que seja assim. Emocional é mais o torcedor, até o dirigente, mas o técnico precisa encarar as coisas com mais razão. Mas mesmo assim acho que um friozinho na barriga é importante. Uma certa tensão é necessária para você sentir os jogos decisivos, grandes. O dia que eu não sentir mais não devo mais trabalhar no futebol.

O treinador voltou a dizer que não coloca seus anseios pessoais acima da Seleção Brasileira, algo que já havia dito em entrevista nesta semana, porém realçou suas virtudes para estar no comando do time em um momento tão importante.

– Uma boa experiência que tenho na profissão, não cheguei na Seleção de paraquedas, tenho uma boa trajetória. O resto é absolutamente comum na vida dos técnicos. Cobranças por resultados, críticas… Muito boa, porque o futebol está cheio de boatos. No final mesmo o que permanece são as verdades. E elas, de períodos em períodos, confirmam a linha que você escolheu. Perder e ganhar faz parte. Outros também são competentes para ganhar da gente e temos que entender isso. E, acima de tudo, ter a convicção de estar fazendo as coisas certas.

Agora que acabaram os treinos e faltam poucas horas para a final, Mano diz estar apenas “fortalecendo mentalmente” os jogadores com tudo que foi conquistado até chegar à decisão.

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Segundo ele, obter a medalha de ouro servirá para dar confiança na sequência do trabalho, porém ele alerta que não sente “pressão nas costas” para chegar ao primeiro lugar e reafirma que não sentiu isso em nenhum momento (desde que assumiu a presidência da CBF, José Maria Marin, o presidente da CBF, deu declarações desencontradas sobre a permanência do treinador no cargo após os Jogos).