Com Fred como carrasco, Fluminense desbanca o Flamengo no Engenhão

Um Fla-Flu dramático até o último segundo. Foi o clássico disputado pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, na tarde deste domingo no Engenhão, e que terminou com a vitória tricolor por 1 a 0, golaço de Fred no primeiro tempo – assim como já havia sido no primeiro turno.

Além do belo voleio do artilheiro tricolor, o jogo teve pênalti perdido, gol anulado e duas bolas na trave. Com a vitória, o time de Abel Braga dispara na liderança da competição, abrindo seis pontos do segundo colocado Atlético-MG, enquanto o Flamengo estaciona nos 34 pontos, e se mantém a sete da zona de rebaixamento.

PRIMEIRO TEMPO

Empolgado pela reação esboçada no campeonato, o Flamengo – que tinha Ibson no meio em lugar do suspenso Cáceres – começou a partida trocando passes, procurando jogo e com Cleber Santana ditando o ritmo. Com seus homens de frente postados atrás da linha do meio-campo, o Fluminense, cauteloso, esperava. E contra-atacava quase sempre pela esquerda, com Carlinhos ou Thiago Neves.

Mas foi pela direita, no entanto, que saiu toda a jogada do gol: Deco, até então com dificuldades para se desvencilhar da marcação e municiar o ataque tricolor, fez lindo lançamento para Wellington Nem tentar encobrir um Felipe desesperado na saída do gol. A defesa rubro-negra fez o corte para escanteio, mas, após a cobrança, o Mago voltou à ação: recebeu e cruzou à meia-altura para Fred, desmarcado, acertar um voleio de almanaque e abrir o placar aos 18 minutos.

O Flamengo foi buscar a reação logo em seguida, mas Ibson desperdiçou duas boas oportunidades: a primeira pelo alto, de cabeça, após surgir sozinho no meio da defesa tricolor, e a segunda por baixo, após bela triangulação que o deixou cara a cara com Diego Cavalieri. O goleiro tricolor saiu abafando e impediu o empate.

A saída do Flamengo abria clarões na defesa para o Flu jogar, mas Thiago Neves e Wellington Nem não estiveram inspirados. Fred, ao contrário, abria espaços, fugia da marcação e buscava jogo.

SEGUNDO TEMPO

A tônica da etapa final foi o recuo ainda maior do Flu, e a blitz quase incessante do ataque rubro-negro, intercalada por boas chances do time de Abel Braga em contragolpes. Como nas cobranças de falta de Thiago Neves: a primeira, logo aos dois minutos, acertou a trave esquerda de Felipe. A segunda, já na metade da etapa, contou com boa intervenção do goleiro do Fla. E a terceira, da lateral, acertou o travessão.

Muito recuado, o Flu viu o rival alugar a entrada de sua área, trocar passes e criar chances. Apenas esperava para encaixar o contra-ataque certeiro. E teve o sonhado contragolpe quando primeiro Gonzalez e depois Frauches foram enganados pelo quique da bola. Mas Ramón, sozinho, desarmou Wellington Nem, Thiago Neves e Fred em sequência e evitou o pior para os rubro-negros.

Procurando sanar os dois principais problemas ofensivos do Fla, Dorival Junior sacou Leo Moura, sem efetividade, e Liedson, que pouco se movimentava. Quando Amaral cedeu lugar a Renato, o que se viu a partir daí foi um bombardeio rubro-negro.

A torcida do Flamengo pediu pênalti quando Love levou um tranco de Carlinhos na área, mas a bola se perdeu pela linha de fundo. Love também perdeu chance clara, quando, sozinho na linha da pequena área, tentou bater de primeira após o cruzamento mas errou feio.

Depois foi a vez de Cleber Santana, após Renato cruzar da esquerda, Love não alcançar, e o meia, sozinho, quase como num pênalti, chutar por cima. Depois foi a vez do garoto Nixon, que parou no ar para acertar bonita cabeçada que tinha endereço certo, mas Cavalieri foi decisivo pela segunda vez no jogo.

Aos 40, Diguinho, atabalhoado, cometeu pênalti em Bottinelli, Renato recebeu e concluiu para as redes, mas o árbitro Marcelo de Lima Henrique já havia apitado a penalidade. O meia argentino, então, se encarregou da cobrança, mas o arqueiro tricolor realizou seu terceiro milagre da partida, e espalmou para o lado.

Quase na sequência, o Flamengo botou a bola na rede pela segunda vez na partida, com Vagner Love escorando cruzamento de Ramón, mas novamente não valeu: o auxiliar marcou impedimento. No último lance do jogo, até o goleiro Felipe partiu para a área tricolor em cobrança de escanteio, mas a bola veio muito alta e se perdeu pela lateral.

Com sorte de campeão, mas sobretudo, com competência para botar a bola para dentro quando a oportunidade apareceu, o Fluminense segue firme na liderança do Brasileiro.