Se o Brasil será outro time na reestreia de Felipão, amanhã à tarde, contra a Inglaterra, isso só se descobrirá quando a bola rolar no grandioso e flamante Estádio de Wembley, mas o clima, isso é certo, já mudou. A Seleção está mais leve, mais confiante, até porque Felipão está mais leve e mais confiante.
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Há diferenças concretas entre o atual estilo de Luiz Felipe e de seus antecessores, e até entre o Luiz Felipe de 2002 e o de 2013. Como em 2002, Luiz Felipe opta por “abrir” a Seleção. Quer dizer: os jogadores não ficam isolados, como no tempo de Dunga. O hotel é o mesmo em que estão hospedados quase todos os jornalistas brasileiros que acompanham a delegação, não existe veto à circulação de ninguém por qualquer lugar, o ambiente é de relaxamento.
Na segunda-feira, depois de jantar com os jogadores, Luiz Felipe desceu ao saguão do hotel e passou mais de duas horas conversando com quem o abordasse. Ria, contava piadas, não se negava a falar sobre nenhum assunto. Assim também foi na Copa do Japão e da Coreia. Desta vez, porém, as entrevistas de Felipão não contêm nenhum tipo de animosidade contra qualquer jornalista. Ontem, na na de conferências de Wembley, ele só deixou de responder sorrindo e fazendo graça quando um jornalista inglês lhe perguntou se achava que merecia ser técnico da Seleção, levando em conta seus últimos trabalhos no Chelsea, no Uzbequistão e no Palmeiras. Ainda assim, Luiz Felipe nem chegou perto da fronteira da grosseria, como já ocorreu em outras oportunidades – apenas respondeu com gravidade.
As diferenças com Mano Menezes estão em outra esfera – não estão no lado de fora, estão dentro da Seleção. Os jogadores têm Luiz Felipe como uma referência, um profissional detentor de um currículo raro no futebol, currículo que Mano, até por sua juventude, ainda não tem. Aliada a ao cartel de Luiz Felipe está a experiência de Parreira _ são dois campeões do mundo numa mesma comissão técnica.
O preparador físico Paulo Paixão garantiu que essas credenciais vem fazendo a diferença.
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– É como o grupo do Inter – comparou Paixão. – É um grupo vencedor, mas tem que ser comandado por alguém vencedor, alguém em que o grupo acredite. Esse grupo acredita no Felipão.
E Felipão sabe disso. Tanto que está exigindo vitória desde já.
– O torcedor pode ter paciência – disse. – Mas não precisa ter muita paciência. Nós precisamos ganhar a partir de agora. E vamos tentar ganhar.
Dará certo? Amanhã o paciente torcedor começará a descobrir.