Vítimas de acidentes de trânsito enfrentam uma longa espera por cirurgias no Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. Os procedimentos ortopédicos não estão sendo realizados por falta de materiais. O problema foi apresentado pela NSC TV, nessa terça-feira (2).
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Devido à pandemia, a Secretaria de Estado da Saúde tem dificuldade para comprar alguns materiais e insumos. Além disso, segundo a pasta, quando faltam materiais, são realocados de outros hospitais, tanto públicos quanto privados.
De acordo com a direção do Hospital Celso Ramos, os itens necessários para a realização das cirurgias estão sendo buscados em outras unidades de saúde e a compra de materiais já foi formalizada.
Sem previsão
Entre os que esperam por cirurgia, está o entregador Rodrigo de Souza. Ele sofreu um acidente há duas semanas e perdeu parte de alguns ossos do pé direito. Segundo Rodrigo, o hospital não tem uma placa bloqueada – uma espécie de pino e, com isso, não há previsão para sua cirurgia.
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– Eu perdi uma parte do osso da minha perna. Então você imagina como que é a dor. Aí eles dão a morfina, ela dura mais ou menos uma hora e meia, e aí depois a dor volta de novo – contou Rodrigo.

Além disso, ele precisa conviver com o barulho de uma obra em andamento dentro do quarto do hospital.
Como Rodrigo mora sozinho, a mãe e a irmã, Yara, vieram do Mato Grosso do Sul para dar um apoio. Segundo Yara Rodrigues, o médico disse à família que a situação de Rodrigo é complicada, mas que não há previsão de quando ele será operado.
– Nós não somos daqui, não podemos ficar aqui. Eu estou com a passagem marcada para ir embora, porque eu trabalho. São 15 dias que eu deixei meu serviço. Eu tenho família, eu tenho filhos, mas eu não posso deixar meu irmão desse jeito. Eu vou do mesmo jeito que eu vim, sem resolver nada – lamentou a irmã.
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Dificuldade em outras regiões
Rodrigo não é o único a enfrentar este problema. Jonatan Martins também é motocislista e sofreu um acidente. Com um osso da perna quebrado, ele chegou ao hospital em 8 de outubro e desde então espera por procedimento cirúrgico.
– Tive fatura exposta na tíbia. Os médicos vêm e dizem que não tem previsão. O governo está sem previsão dessa placa – afirmou Jonatan.

Sem parentes na capital, Jonatan conta com amigos como Júlio Felippe Bicudo, que tentou até uma ajuda extra.
– Nós chegamos a oferecer, nós mesmos, comprar esta platina e entregar para a direção do hospital, para que o médico possa fazer a cirurgia, mas eles negaram. Eles falaram que ou a cirurgia é feita toda pelo SUS [Sistema Único de Saúde] ou toda no particular – contou o amigo.
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Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde (SindSaúde) Djeison Stein, casos como estes também são registrados em outros locais.
– O que vem acontecendo ali no [Hospital] Celso Ramos também acontece em outras unidades. Parte do governo do estado levar esse tipo de assunto com seriedade e não deixar faltar, investir na saúde, para que a população catarinense não fique desassistida – declarou Stein.
*Com informações do G1 Santa Catarina
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