A vontade de usar roupas típicas germânicas, dançar ao som de bandas alemãs e comer pratos típicos, acompanhados de chope, pode ser realizada em outubro sem ir muito longe.
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A Bierville – Festa da Cerveja de Joinville será de 29 de outubro a 1º de novembro, na Complexo Expoville, com a organização da Sol Feiras e Eventos, de Blumenau, apoio da Fundação Turística de Joinville e patrocínio da Ambev.
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– A Bierville veio para resgatar a colonização germânica, cultura designada pela cidade. Temos a Sociedade Cultural Lírica, a Sociedade Rio da Prata e as sociedades de tiro ao alvo. A festa da cerveja se soma a essa infraestrutura de Joinville – afirma o prefeito Udo Döhler.
O nome surgiu em uma reunião do prefeito com o presidente da Fundação Turística de Joinville, Raulino Esbiteskoski, e o diretor da Sol Feiras e Eventos.”Bier” significa cerveja em alemão e “ville” por causa de Joinville e por lembrar o espaço em que vai ocorrer: a Expoville.
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– Deixo claro que a Prefeitura por meio da Fundação Turística entra com o apoio de ceder o espaço da Expoville e o marketing. Não há gastos públicos, por isso não houve licitação – esclarece o presidente da Fundação Turística de Joinville, Raulino Esbiteskoski.
Além da publicidade em veículos de comunicação, a festa vai contar com duas ações na cidade. No dia 27 de outubro, com carros alegóricos e a distribuição de chope no Centro de Joinville e outra também no dia 27, mas na Expoville, onde uma carreta-tanque da Ambev vai distribuir chope. No dia 28, a carreta-tanque volta ao local.
– Vamos começar com calma, com uma festa pequena. Apostamos em bandas tradicionais que também vão se apresentar na Oktoberfest. Foi uma sacada do planejamento para ter um maior público, que pode esperar uma Oktoberfest só que em proporções menores – compara Esbiteskoski.
Embora o planejamento pense em números reduzidos, Blumenau serve de inspiração para a Bierville. O empresário e diretor da Sol Feira e Eventos, Norberto Mette, é presidente do Parque Vila Germânica, onde ocorre a Oktoberfest.
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Ele também é representante da cidade no Conselho Estadual de Turismo e já foi secretário de Turismo e presidente do Conselho Municipal de Turismo de Blumenau. No portfólio da empresa, há eventos como Oktoberfest, Marejada, em Itajaí e o Festival de Boteco de Rio do Sul.
Segundo Mette, a Bierville 2015 vai durar quatro dias, mas as próximas edições terão pelo menos sete dias. A escolha do período foi estratégico. Assim, Joinville vai integrar a última etapa do roteiro de festas de outubro de Santa Catarina.
– Joinville em termo de mercado tem uma situação mais favorável do que Blumenau, por ter uma população maior e estar mais perto de Curitiba – diz Mette.
Expectativa de bom público
A Bierville – Festa da Cerveja de Joinville contará com quatro grandes choperias do Brasil e do mundo, além de seis pontos de alimentação, com opções diversificadas. De acordo com a Fundação Turística de Joinville, a expectativa é de um público de 50 mil pessoas durante os quatro dias e de que sejam consumidos 50 mil litros de chope. O preço das bebidas ainda não foi definido.
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Para todos os dias, a música está garantida para fazer o público dançar. No dia 29 (quinta-feira), o show de abertura será com a Banda Cavalinho. Nos outros dias, subirão ao palco Os Montanari, Vox 3 e a reconhecida Original Donauschwaben Musik. A programação será das 19h à 1h, no dia 29, e das 19h às 2h, no dia 30. No sábado e no domingo, a festa estará aberta das 17h às 2h.
Os pratos ainda não foram definidos, mas os tradicionais eisbein, codorna, chucrute e marreco devem fazer parte do cardápio. O valor da entrada será de R$ 20 e R$ 10 (para estudantes e menores de dez ou maiores de 60 anos). Menores de 18 anos só entram acompanhados dos pais ou responsáveis. O valor do estacionamento será de R$ 15 para carros e motos; R$ 30 para vans; e R$ 45 para ônibus.
Rainhas e princesas da Fenachopp relembram as festas
O cheiro das orquídeas floridas nos meses de setembro e outubro remete a Cintia Ebert Huang, de 44 anos, as lembranças nostálgicas das edições da Fenachopp. Ela participou desde a primeira edição, em 1988, mas foi a partir de 1992 que Cintia teve idade para competir nos concursos (na época, 18 anos) de escolha da rainha.
Além da beleza e do belo vestido, um curso de oratória garantiu a Cintia a simpatia e a desenvoltura no discurso quando conquistou o título de rainha da Fenachopp em 1993.
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– A saudade é de um tempo em que a cidade respirava cultura alemã, sabe? Joinville era decorada com placas da Fenachopp nas ruas, as vitrines tinham vestidos e canecos de chope. E o som das bandas era escutado na festa, nas ruas e nas casas – recorda.

Fabiane David Schaefer, de 35 anos, conta que foi a primeira morena a ganhar um título na Fenachopp, em 1996. Ela se inscreveu escondida dos pais. A mãe dela não queria que a filha participasse com receio de ela se decepcionar em não ganhar. Segundo Fabiane, até 1995, nenhuma morena tinha ganho um título de majestade (rainha, princesa e miss simpatia).
– Entrei para brincar de princesa e vestir aquele vestido típico maravilhoso. Quando foi anunciado que eu tinha ganho como segunda-princesa, até dei um passo para trás na hora, tamanho o espanto – diz, apontando para o vestido verde que combina com a cor dos olhos.
A irmã mais nova de Fabiane, Fernanda David Helfenberger, de 32 anos, que acompanhou a família nas festas, conquistou o título de segunda-princesa na Fenachopp de 1999.
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Ela lembra que, naquela época, visitantes estrangeiros frequentavam a festa e até celebridades, como a atriz Susana Werner com quem Fernanda tirou uma foto. Um dia após Fernanda conquistar o título, recebeu um buquê de flores da diretora da escola.
– Fiquei muito surpresa e as pessoas viam como se a gente fosse celebridade em um vestido bonito – recorda.
As três majestades estão animadas com a primeira edição da Bierville. Elas concordam em dois pontos. O primeiro é que a festa tem que ser familiar, com a presença de crianças, que poderão apreciar e conhecer a cultura alemã por meio de músicas e danças.
Fabiane ainda sugere um concurso para crianças, como a Fenachoppinho, quando eram eleitos a Frida e o Fritz. Outra sugestão é a cidade estar enfeitada para a festa, animando a comunidade a participar.
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– A Prefeitura tem que apoiar no sentido de incentivar as escolas, a Escola do Teatro Bolshoi a levar grupos para se apresentarem lá. E também decorarem a cidade com placas da festa e as vitrines das lojas com trajes típicos – sugere Cintia.
12 anos sem Fenachopp
Depois de três anos, Joinville volta a ter uma festa no calendário de outubro. Primeiro, foi a Fenachopp, de 1988 até 2003; depois, houve a Festa das Tradições, de 2008 a 2010; e a Bierfest, de 2011 e 2012.
O empresário Laércio Beckhauser comenta que o ápice da Fenachopp foi entre os anos 1990 e 2000. Ele diz com tristeza que a Fenachopp chegou ao fim em 2003, por falta de infraestrutura da Expoville. Na época, a Vigilância Sanitária fechou o restaurante, que estava inadequado no espaço.
Depois, Laércio se desmotivou. O interesse ressurgiu em reeditar a festa em 2014. Ele chegou a apresentar para a Prefeitura um projeto da Fenachopp com início em 2015 e edições até 2030, mas a proposta não foi aceita.
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– Eu não cobrei valores. A única exigência era a Prefeitura assumir a organização do evento até 2030. Agora, não tenho mais interesse. Já passei da idade. Agora, quero usufruir o que conquistei e passar adiante – revela.
Ele ainda diz que Joinville precisa ser mobilizada para a festa. O empresário ressalta a necessidade de divulgar a festa em clubes e empresas e valorizar os trajes típicos. Ele lembra do Bierwagen, um veículo que distribuía chope pelas ruas para atrair público.