Uma conversa, uma explicação tática, uma distribuição de coletes, um treino. No seu retorno ao Metropolitano, as coisas para Mauro Ovelha foram todas no singular para a tomada de decisões. Do seu anúncio como técnico para os sete jogos finais, foi apenas um dia que separou o ato de conhecer o elenco para a definição dos 11 que vão começar jo clássico 40 diante do Brusque nesta quarta-fera, às 20h30min, no Estádio Augusto Bauer. E mesmo sem ter lá muita intimidade com os atletas que vai comandar à beira do gramado, pelo menos duas mudanças são projetadas.
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Uma delas é subjetiva: atitude. A outra já é mais palpável e envolve a entrada do meio-campo Beto no time titular em lugar que foi ocupado por Paulo Victor na última partida. No mais, tudo igual. Desde o sistema defensivo até o comando de ataque, os 10 jogadores restantes serão os mesmos que perderam por 4 a 1 para o Avaí no Sesi, em jogo que culminou com o afastamento de Cesar Paulista do cargo de treinador.
Mas então como reverter essa situação? Como, com praticamente o mesmo time que vem passando por dificuldades no Campeonato Catarinense, será possível bater de frente com a sensação do Estadual até então? Ovelha acredita que um bom papo com os atletas pode já ser suficiente.
– Nós não temos tempo para treinar. Vai ter que ser na conversa, dentro do comprometimento de entender o momento que o clube está vivendo. É um desafio grande para mim e para todos eles. Não adianta pensar para trás. O Metropolitano é daqui para frente e nós vamos lutar muito ainda dentro da competição – avalia Ovelha.
Na opinião do capitão Mazinho, uma boa conversa pode sim ser importante, mas ela não é o único fator que fará a equipe dar a volta por cima dentro do Estadual. O meia acredita que a troca do comando técnico por si só já pode se tornar o empurrão que faltava para o elenco ter um melhor desempenho dentro de campo:
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– Quando há uma mudança de treinador, já há também uma motivação natural por parte dos jogadores. Já passei por essa situação e sempre dá para perceber um despertar de vontade. Quem está fora quer mostrar serviço e quem está dentro quer se garantir. Todos querem apresentar algo para o novo técnico.
Brusque quer seguir no embalo pelo returno
Diferente do Metropolitano, o Brusque vive um momento em que tudo são flores. Há cinco jogos sem perder no Estadual e embalado na busca do título do returno, a equipe quer se aproveitar do momento que vive o clube blumenauense para seguir no topo da tabela. Tanto é que, para o técnico Pingo, de nada vai mudar o clima conturbado que viveu o adversário durante o início da semana. Concentração para manter a regularidade é a palavra de ordem para os donos da casa no jogo de hoje:
– Os jogadores estão acostumados com esse ambiente de futebol, da saída de treinador. Não há nada diferente para eles. Por ser um clássico regional, com o Mauro (Ovelha) e o Metrô na luta contra o rebaixamento, será um jogo dificílimo. Temos que jogar com mais concentração e foco durante toda a partida.
– Nossas possibilidades de título do returno passam por esse jogo – finaliza Pingo.
Números idênticos em clássicos
Se para os clubes as situações são opostas na tabela de classificação, pelo menos no que diz respeito aos confrontos no clássico, os números são idênticos. A vitória por 2 a 0 do Metropolitano no primeiro turno igualou o histórico: são 15 triunfos para cada lado e nove empates. Hoje à noite um dos times pode mudar essa situação.
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– A gente precisa muito mais do que eles dessa vitória – comenta Ovelha, enquanto caminha em direção ao campo da Associação da Altona com sua pastinha preta na mão, cheia de desenhos de estratégias.