Atuando com o estoque no limite, Santa Catarina deve adquirir por meio de um contrato milionário, esta semana, uma nova remessa de contraste iodado, insumo usado para a realização de exames, como de tomografia. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) tenta desde fevereiro fazer a compra do insumo, que está escasso em todo o mundo devido a pandemia da Covid-19.
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O contraste iodado é usado principalmente em exames de tomografia e auxilia na análise de vasos e a vascularização das lesões. Ele também utilizado para o diagnóstico de câncer e tratamento de aneurisma cerebral.
Em julho, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica onde orienta a racionalização do uso do medicamento até que o fornecimento fosse normalizado. O principal motivo para a escassez é a interrupção das cadeias de produção e distribuição do insumo, principalmente na China. Por conta disso, a pasta nacional recomendou que o contraste fosse usado apenas em pacientes de maior risco e “em condições clínicas de urgência e emergência”.
Segundo a SES, o Estado tenta desde fevereiro garantir as tratativas para a compra direta do contraste, além do empréstimo com outras entidades e pedido de importação do produto, que ainda está em tramitação. Além disso, o uso teve que sofrer algumas adequações a fim de garantir a duração dos estoques até a reposição, conforme orientação do Ministério da Saúde.
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Nesta semana, a pasta conseguiu fazer a compra, que custou R$ 1,8 milhões. A expectativa é de que o contrato seja assinado nesta segunda-feira (14) e que o produto chegue em até dez dias. Apesar da escassez no produto, a pasta afirma que nenhum exame ou procedimento foi prejudicado.
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Confira a nota na íntegra:
“A Secretaria de Estado da Saúde informa que adquiriu os contrastes e aguarda a entrega. A pasta demandou todos os esforços montando estratégias que têm mantido estável o estoque de contraste para exames radiológicos, mesmo com a situação mundial impactando o mercado e os fornecedores da SES.
Desde fevereiro, a Secretaria tem trabalhado intensamente na realização de tentativas de compra direta, o que resultou nesta aquisição; empréstimo do produto com outras entidades; elaboração e autorização da Anvisa e Ministério da Saúde para todos os documentos necessários no processo de importação do produto, que está tramitando.
O Ministério da Saúde reconheceu a dificuldade na aquisição de contraste e enviou nota informativa para a SES, em agosto, orientando a racionalização dos insumos, o que foi repassado às Unidades Hospitalares. No entanto, a estabilização dos exames se manteve e a Secretaria manteve o estoque até então.
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É importante dizer que essa situação não é exclusiva de Santa Catarina e há um reconhecido aumento de demanda no número de exames de imagem no mundo inteiro – em níveis acima daqueles pré-pandemia. Isso se explica pelo aumento de tomógrafos e pela alta onda de compras para formação de estoque. A interrupção nas cadeias de suprimento, produção e distribuição tem sido afetada, além disso, pela nova pandemia na China, o que impactou a cadeia de produção das indústrias chinesas e por consequência o mercado internacional“.
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