O Diário Catarinense entrevistou cinco candidatos à prefeitura de Florianópolis. Confira abaixo a entrevista com o candidato Murilo Flores (PSB):
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A mobilidade é um tema que se repete nas campanhas. O que o senhor avalia sobre a mobilidade urbana hoje na cidade?
Talvez a maioria dos temas que se repetiram até piorou. Houve uma imobilidade da atual gestão, que pouco fez. Fez coisas, mas sobre esses grandes temas, pouco fez. Então, isto acabou nessa repetição de temas. Um dos que está piorado é mobilidade. Ela tende a piorar a cada ano. Isto precisa ser enfrentado pensando Florianópolis como um todo. E Florianópolis tem o privilégio de ter o Plamus, que foi um plano construído pelo BNDES, contratado pelo BNDES a pedido do governo do Estado, e que detalha tudo, faz estudos financeiros, econômicos, técnicos, planeja, vai além de falar de BRT. Fala de reordenamento da cidade, movimentos pendulares. Você tem ações de curto, médio e longo prazo. É um plano até para 2040.
É uma espécie de plano diretor de mobilidade?
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Exatamente, está pronto. Como diz meu guru sobre mobilidade, o Cássio Taniguchi, está na hora do “fazerjamento”. Pegar o que se planejou e fazer. Você tem coisas que cabe…
Isto foi feito no âmbito do Estado. A prefeitura foi ausente nesse debate?
O diálogo com a prefeitura foi difícil. Por duas razões. A primeira porque a Grande Florianópolis não aderiu rapidamente à Suderf, a todo esse planejamento regional. Não houve lideranças entre os prefeitos que puxassem isso, temos que estar junto para resolver esses problemas. Mobilidade, resíduos sólidos, saneamento, segurança pública, até saúde. São coisas integradas. Tem o problema de uma UPA que o prefeito de Florianópolis está discutindo porque São José vai usar e a conta vai ser dele. Não dá para pensar separado, no caso da mobilidade é pior ainda. Houve realmente, primeiro, uma ausência de lideranças sobre a Grande Florianópolis por parte das prefeituras. A segunda questão é falta de entrosamento, entendimento técnico das soluções técnicas. Por exemplo, a discussão da Via Expressa mostrou bem isso. Tinha deputado pedindo uma coisa, senador pedindo outra. E a Grande Florianópolis, em cima do Plamus da Superintendência propondo outra coisa, bem técnica. A proposta inicial do DNIT era duplicar a Via Expressa. O Plamus mostrou que não, isso é uma bobagem, porque continua focado no carro. Focar no carro é suicídio. O Plamus mostrou que a quarta ponte, que muita gente queria, no achismo, em 2020, se fosse construída este ano, estaria saturada igualzinha Colombo Salles e Pedro Ivo. A Via Expressa duplicada, como alguns foram a Brasília defender, é mortal. Você vai colocar mais carros, estrangular nas mesmas pontes.
O Plamus aponta a necessidade de cerca de 90 quilômetros de corredores de ônibus. R$ 3 bilhões. Dá para fazer? Em quanto tempo?
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O governo do Estado programou 52 quilômetros até 2018. É o trecho chave, ligação BR-101 com Ticen. O entorno do centro, passando pelo Pantanal, o BRT fazendo o contorno viário do centro da cidade, e a ligação para a SC-401 e para o Sul.
Em tempo de crise econômica há dinheiro para isso? 2018 é depois de amanhã?
Sim, da seguinte forma. O BRT está dividido em dois processos. O processo de construção da infraestrutura, ou seja, as pistas, as canalhetas, os terminais. Isto tudo será feito em parceria público-privada. O governo do Estado aporta um pedaço em recursos e o resto é investido pela iniciativa privada, que vai recuperar isso em 30 anos. Através do chamado contra-prestação, que é quanto o governo e município vai aportar por ano para a empresa, e a tarifa que vai ser cobrada. Parte da tarifa. Por que parte? Porque a colocação dos ônibus… O BRT hoje, os ônibus são tão modernos que parecem um VLT, um trenzinho. Todo mundo acha trenzinho ficaria muito mais bonito, mas é inviável financeiramente. E existem BRTs que você nem vê a roda, parece um trem. Esse vai ser por exploração por concessão, está separado em duas.
Que ainda depende de legislação nova, não aprovada…
Se a Assembleia não aprovar a nova legislação, há uma legislação federal já. Aí o governo do Estado vai se basear na legislação federal. Infelizmente, na Assembleia está parado o projeto de lei que foi encaminhado pelo governo do Estado.
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O Plamus se soma a um histórico que transformou Florianópolis na cidade da maquete. Como fazer para as coisas saírem do papel?
Um dos problemas que Florianópolis vem sofrendo, especialmente nos últimos 20 anos, é que não se consegue produzir um consenso. A formação de Florianópolis, tão diversificada, de gente vinda de todos os cantos, criou uma sociedade nova. Que ainda está buscando a construção de sua nova identidade. Isto cria complicações para criar consenso. E aí é a grande falha que houve na gestão pública dos últimos anos, últimas décadas. Foi a falta de uma ação de orquestração desses consensos. O que podemos e não podemos fazer? Você é empurrado para o pontual. Uma marina para cá, outro negócio para lá e nada deles acontece porque você não cria consenso sobre a cidade. Florianópolis tem o privilégio da pluralidade que poucos lugares têm. Paisagens tão diferentes e tão próximas. Bucólicas, como Santo Antônio de Lisboa, e tão modernas como Jurerê Internacional. Isto é um privilégio. O que temos de produzir é uma construção disso. A pessoa que quer viver em um ambiente mais pé no chão, mais rústico, você tem Pântano do Sul, Campeche. Se quer uma paisagem mais histórica tem Ribeirão. É você conseguir produzir consenso. E as lideranças de Florianópolis não conseguiram nos últimos anos fazer isso. E ao não fazer, fica tudo na maquete, sem realizar. Mas ao mesmo tempo está crescendo. E está crescendo desordenada. A mobilidade é um exemplo claro desse crescimento desordenamento. Mas o surgimento de dezenas de servidões construídas em manguezais é outro.
Há 50 mil pessoas vivendo em moradias irregulares em Florianópolis. O que fazer?
Ontem visitei o Crea e a gente conversou exatamente sobre isso. Você tem uma cidade em Florianópolis que estou chamando de cidade invisível. São áreas de risco em dois sentidos. É a área de risco da construção irregular, que não houve orientação, que não há preparação técnica para ela. Que o Crea domina isso muito bem, já estudou. E nessas mesmas áreas você está escondido, à marginalidade, se escondendo atrás dessas construções precárias, sem urbanismo. Numa mesma área que envolve 50 mil pessoas você tem… Se você não trouxer essa cidade invisível para o urbanismo da cidade, você continua com essas pessoas vivendo sob o risco físico e a marginalidade crescente não acaba. Nosso vice, o filho dele foi assaltado ontem. Levaram mochila e celular. Ali, pertinho da catedral.
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Como levar o urbanismo para a cidade invisível?
Tem que ocupar com urbanização. Bogotá deu um show, a Colômbia deu um show. Ela reduziu a marginalidade fazendo o que? Urbanizando, criando condições. Você hoje não consegue nem recolher o lixo de certos lugares, tem lugares sem endereço. Urbanizar, ampliar, abrir, dar condições de deslocamento, melhorar acessos. E, ao fazer isso, construir equipamentos públicos nesses lugares. Não tem segredo, já foi feito muito.
Um símbolo da falta de consenso é o plano diretor. Acredita que vai receber um plano diretor aprovado ou teria que concluir a aprovação como prefeito?
Eu prefiro que ele não esteja acabado. Abri ele para ler antes do início da campanha. É muito ruim. Chamei, inclusive no debate da CBN, de puxadinho. É um monte de demandas pontuais que não dizem nada, não vão a lugar nenhum, não cria um pensamento sobre a cidade, não tem um conceito. A primeira coisa que tem de saber é: para onde Florianópolis quer ir nos próximos 30 anos? Qual é esse desenho? Aí começa a descer para o mundo real, do dia a dia, que o plano diretor tem de descrever a regra do jogo. Mas se você olha, é um monte de demandas pontuais que estão colhendo nos bairros. É um somatório… A soma das partes não dá o todo.
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É pior do que continuar com o plano de 1997?
Acho que é pior. A gente tá pior. Tem que ser reconstruído tudo isso. Não é jogar fora o esforço feito. É pegar isso como um material que mostra demandas, necessidades, mas não é o suficiente para dizer que tem um plano diretor. É uma soma de demandas. Essas demandas têm que ir para um anexo do plano diretor, seriam demandas da população a respeito de regras, necessidades de cada pedaço da nossa cidade. Mas seria um anexo.
Se eleito prefeito, em quanto tempo apresentaria um plano diretor?
Com esse esforço que já houve, no prazo de um ano a gente consegue fazer. Mas aí tem que… O que eu tenho insistido e tô me oferecendo nessa campanha exatamente por isso. Não há lideranças que estão colocando o debate no seu devido lugar. O debate está mal colocado. Acho que, com todo esse esforço, em um ano você consegue fazer um plano diretor que carregue conceitos muito claros, que transfira para os regramentos da cidade um conceito por trás. Estamos com aquela velha história dos puxadinhos de Florianópolis.
É sua primeira eleição. O que o trouxe para a disputa eleitoral?
Eu não tinha pretensões de disputa eleitoral nenhuma, estou com 35 anos de área pública. Sou um pesquisador de carreira, mas fui ocupando alguns cargos ao longo do tempo. A gente repetia essas críticas. Aí, daqui a pouco, começaram a perguntar: “Por que você não oferece seu nome para liderar isso?”. E, fundamentalmente, só há espaço para uma pessoa como eu, candidato, diante do cenário que temos no Brasil. A insatisfação, a irritação que o brasileiro tá e o florianopolitano também com a classe política. É tão ruim que, ao me candidatar, muita gente começou a dizer “já virou político, safado, bandido”.
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O senhor tem uma vida partidária, ocupou cargos por indicação política. Não se considera político?
Na verdade, participei de dois partidos até hoje. Os cargos que ocupei, secretário de Planejamento do Estado é um cargo político. Mas o exercício dele sempre se deu de forma técnica. Estudei, fiz graduação, mestrado, doutorado, alcancei posições sempre com uma gestão fundamentalmente técnica. Temos que separar política da técnica. Política é discutir com a sociedade a visão de mundo, futuro, o que se quer. Isto é um ato político legítimo e importante. Agora, a gestão tem de ser técnica. Quando você vai para dentro de uma secretaria, tem de fazer a gestão melhor possível dentro de parâmetros técnicos. O político tradicional vira político de Estado e toma decisões pensando na reeleição lá na frente. Eu nunca tive isso, sempre pautei minhas decisões com base no melhor do ponto de vista técnico e não do meu processo eleitoral. Essa é a grande diferença da minha história e a história da maioria dos políticos. Eles têm uma percepção e as tomadas de decisão são muito envolvidas com sua próxima eleição.
O senhor foi filiado ao antigo PFL, ocupou cargos…
Não, sempre tive gente do PFL que me apoiou, mas nunca fui filiado ao PFL. Só fui filiado até hoje ao PPS e ao PSB. Tinha uma relação muito forte com o PSDB de São Paulo, morei alguns anos em São Paulo e ocupei um papel de destaque na área agrícola do governo Fernando Henrique. Tinha uma relação com Mário Covas, aquele pessoal, alguns infelizmente já falecidos, estão fazendo muita falta.
Qual sua visão política de mundo? Esquerda, direita, onde o senhor se situa?
Nunca fui uma pessoa de direita, em momento algum. Agora, cheguei a um grau de maturidade em que consigo perceber que a esquerda e a direita têm coisas importantes. Por exemplo, a questão do mercado, a questão da gestão fiscal, que sempre foram atributos ligados à direita, hoje questionar isso não vai dar certo. Isto é o modelo. O modelo econômico é esse. Temos de fazer gestão como disse o Cristóvão Buarque: “a esquerda pensa que ajuste fiscal é questão de direita”. Não é, é questão econômica. No mundo da economia você encontra a maioria das coisas de sucesso no que se chamaria de liberalismo, que estaria associado ao que se chama de direita. Porém você encontra na esquerda, que a esquerda aportou de bom para a sociedade, a visão das relações humanas. A inclusão social, as relações das diferenças, questões sexuais, de gênero, todas as diferenças que existem na humanidade, que são maravilhosas. Ainda bem que o ser-humano é plural e há tanta diversidade. E quem aportou mais conteúdo a esse debate foi a esquerda. Então, acabo sendo misto de uma coisa e da outra. Converso de pessoas de esquerda e elas gostam de mim. Converso com pessoas de direita e elas gostam de mim. Acho que é uma cegueira e acho que essa reconstrução, falando um pouco num debate mais acadêmico, essa reconstrução ideológica está acontecendo no mundo agora. E eu tô nessa linha, acho que os dois lados têm contribuições importantíssimas e tô tentando manejar eles. Economia o liberalismo tem trazido mais resultados. Visão de sociedade, de relação entre as pessoas, a esquerda aportou muita coisa interessante. É isso que estou tentando construir na minha vida. E acho que vai ser muito bem aplicado a Florianópolis. Florianópolis tem que empreender, ter uma economia dinâmica, um mercado muito interessante. Mas ao mesmo tempo temos tantas diversidades que temos de preservar. Os ambientalistas estão presentes aqui, aportam conteúdos muito importantes.
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Seu partido tem um vereador. A perspectiva não é muito diferente para esse ano. Que relação espera ter com a Câmara precisando construir uma maioria?
Sempre muito respeito e diálogo. Minha vida é de diálogo. Minha principal característica é acreditar na pluralidade. Ninguém é dono da verdade, existem visões de mundo e elas se transmitem para a Câmara de Vereadores. Dialogar, mas pretendo estar com a população do meu lado. Uma coisa que vou escancarar na minha gestão é a transparência. Meu primeiro ato será dar transparência total à situação da prefeitura, trazer a sociedade para dentro da prefeitura. A democracia representativa pura não tem mais futuro. A sociedade pede uma democracia que mescle representatividade com participação. Aqui, no município de Florianópolis, pode ser uma referência nacional onde você consegue ter uma mescla entre a representatividade na Câmara e mais participação. Com isso, a gente restabelece o diálogo com a Câmara de forma republicana, transparente, produtiva.
Há quem fale em privatizar a Comcap. Qual o seu plano para a Comcap?
Acho que a Comcap não é privatizável por uma razão até financeira. Ninguém vai querer ela com o rombo que ela tem. Temos R$ 160 milhões só de INSS não recolhido pela Comcap de seus funcionários, mais R$ 25 milhões de rombo de não recolhimento do fundo de previdência privada dos funcionários. Só isso dá quase R$ 200 milhões. É possível privatizar uma empresa quebrada desse jeito? É, mas é muito complicada a operação. O melhor não é esse caminho. A Comcap tem de ser modernizar, usar tecnologia mais moderna, e ter uma logística diferente. Vou dar dois exemplos. A estação de transbordo da Comcap é no Itacorubi, um bairro nobre, que é central hoje. Há 40 anos era um bairro rural. Mas hoje você traz do Estreito, de Coqueiros, o caminhão de lixo passa pela ponte, vem para a estação de transbordo e depois leva a Biguaçu para o aterro sanitário. Olha o que uma má gestão logística de uma empresa impacta, além de custo para ela, impacta na questão de mobilidade. No verão, às vezes, um caminhão leva duas horas para sair do Norte da Ilha e chegar até a estação de transbordo. Tem de repensar essa logística, tornar ela mais inteligente. Hoje o nível de acidentes de trabalho com funcionários da Comcap é muito alto. O funcionário tem um sistema, se ele acaba logo está liberado. Então se vê que eles estão sempre correndo. A quantidade de acidentes nas pernas, que afasta e tem custo para a Comcap. Tem toda uma lógica de gestão que precisa ser alterada. Logística, modernização, cuidado com o servidor, que leva a estar nessa situação. Quando em 2001, ainda governo Angela Amin, se mudou o sistema, que virou uma sociedade de economia mista dependente, onde a Fazenda passou a transferir recursos e parou quando as vacas estão magras, aí quebrou de vez. Antes era faturamento. Apresentava faturamento e era pago. Quando isso deixou de fazer, ela passou… Apesar de ser uma sociedade economia mista, ficou dependendo do fluxo financeiro da Fazenda. Toda essa sistemática terá de ser alterada. Esse modelo não tem condições de funcionar.
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E o passivo?
O passivo nós temos de equacionar num tempo. A vantagem do INSS é que, se fizer acordo, consegue pagar no longo prazo. O passivo tem de ser equacionado no longo prazo. Tanto o fundo de previdência privada quanto o INSS são coisas de longo prazo, estamos falando de aposentadoria, é possível equacionar. Você joga isso num prazo, paga, não deixa de pagar. E com a reforma que se faça nela, é sem dúvida o maior problema da prefeitura.
Florianópolis deve repensar sua relação com a Casan? Romper contratos?
Em princípio, não acho que haja necessidade de romper com a Casan. O que falta, e já disse isso a mais de um prefeito, é comando da prefeitura sobre saneamento. Não é responsabilidade da Casan, saneamento é responsabilidade do município. A Casan é uma empresa contratada para fazer o serviço. Quando se contrata um serviço, você só deve pagar o serviço se ele está sendo feito conforme você quer. Quando você não comanda isso e transfere para a empresa que você contratou o planejamento e ela faz do jeito que ela quer, você perde o controle sobre o processo. A primeira coisa que tem que acontecer em relação ao contrato da Casan é a prefeitura assumir o comando do saneamento. A segunda coisa é exigir da Casan o uso de tecnologias alternativas ao sistema que ela usa atualmente. Tem regiões da cidade, especialmente na Ilha, que é inviável o sistema de redes tradicionais, levando para as grandes estações de tratamento. Mas existe já no mundo tecnologias alternativas que podem ser aplicadas e a Casan resiste à aplicação dessas tecnologias. O governo do Estado está negociando a aplicação ainda antes do verão, no Rio do Brás, de uma dessas tecnologias para limpeza do Rio do Brás. Temos que testar tecnologias alternativas para regiões. Pega a Praia do Forte. Não querem lá, muito pouca gente. Como faz? Fica sem tratamento? Por que não pode existir outros tipos de tecnologias em uso, seja em condomínios ou pela própria Casan, para substituir o modelo atual? Volto a dizer, a questão fundamental é a falta de comando por parte do prefeito em relação ao contrato com a Casan. Se a Casan, dentro de um ou dois anos, não atender àquilo que é expectativa, aí discutir o futuro desse contrato vale.
O atual prefeito teve seu momento de flexão de popularidade na tentativa de aumento do IPTU. Como o senhor vê essa questão? Pretende reajustar a planta genérica?
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Eu estava no governo Colombo e participei das discussões com ele quando ele tomou atitudes fortes, quando a recessão começou a ficar grave no Brasil, queda de arrecadação de todo o poder público, da decisão dele de não aumentar impostos. Não pode, cada vez que as coisas apertam, você jogar a conta para a sociedade. Nossa carga tributária não é a maior do mundo. Mas é uma das maiores entre os países emergentes, mas não em relação ao mundo. Só que o retorno do serviço é que a população questiona. A classe média paga imposto, mas tem de pagar colégio particular, segurança particular, saúde particular. Mas o que penso a respeito ao IPTU? Uma questão básica em relação à tributação. Quanto mais você amplia a base arrecadatória, menos se paga. Cada indivíduo paga menos. Quanto mais gente recolhe… Agora, nós temos 40% de inadimplência em Florianópolis. Então vamos aumentar dos 60% que pagam porque 40% não pagam? Ou é melhor cobrar dos 40% que não pagam? E se todo mundo pagar, não vai dar para pagar menos? A minha linha é aumentar a base de contribuição para todos pagarem menos. É isso que nós vamos perseguir.
Como fazer para arrecadar mais?
Uma delas é aumentar… Quem não está pagando, pagar. Tem outra coisa que é interessante. Florianópolis poderia estar com uma dinâmica econômica muito melhor se desburocratizasse, simplificasse a entrada de empreendedores, de inovação na economia. Poderíamos estar mais ágeis na evolução de nossa economia.
Nuvem de palavras do candidato: