A eleição para a presidência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) nos dois próximos anos ocorre só em 1º de fevereiro de 2023, data da posse dos deputados estaduais eleitos em outubro. Nos gabinetes, no entanto, a movimentação dos parlamentares em busca de um acordo sobre candidaturas já é algo em andamento.

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A principal certeza até agora já foi anunciada pelo governador eleito Jorginho Mello (PL) no início do mês, após vencer a eleição: a de que o PL não terá candidato à presidência da Alesc.

Apesar de ter eleito a maior bancada, com 11 deputados estaduais, o partido vai abrir mão da possibilidade de indicar um concorrente para construir uma base de apoio aos projetos do futuro governo e também para ocupar espaços nas comissões mais importantes da Casa.

As movimentações até o momento apontam para dois possíveis candidatos: Mauro de Nadal (MDB), que já presidiu a Assembleia em 2021, e Zé Milton Scheffer (Progressistas), deputado reeleito para o quarto mandato e que chegou a ser líder do governo Moisés. Nesta semana, o governador Jorginho Mello recebeu deputados dos dois partidos. Oficialmente, o governador não fala sobre o tema e considera a reunião uma aproximação com os partidos após a eleição. Parlamentares que participaram dos encontros, no entanto, dizem que a sucessão na Alesc esteve em pauta.

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O líder do PL na Assembleia Legislativa, Ivan Naatz, afirma que o governo eleito “não tem um candidato, nem um partido” de preferência, mas admite que a intenção é ter no comando da Casa um aliado, o que pode permitir maior participação em comissões.

— O governo está observando. O governador (eleito) não tem interesse em constituir uma guerra para ter a presidência da Assembleia, mas o PL tem 11 deputados, e os 11 deputados têm seus interesses, então estamos conversando — afirma Naatz.

Deputado do PP admite interesse no comando da Alesc

Nadal e Zé Milton têm em comum o perfil conciliador e de diálogo, visto como um trunfo para a tarefa de coordenar os trabalhos entre os deputados.

O deputado Zé Milton não esconde o interesse em disputar o cargo e diz que a decisão surgiu após ter sido procurado por deputados depois das eleições. Ele conta que a intenção é construir um grupo de apoio com até 25 parlamentares, mas ainda não revela quais são os partidos que já estariam próximos deste projeto.

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— Tenho recebido pedidos para que a gente se coloque como uma alternativa nova na gestão da casa, de alguém que nunca foi (da gestão), que talvez seja o momento de dar uma oxigenada, sem perder a essência do trabalho que vem sendo feito — diz Scheffer.

No lado do MDB, o deputado Mauro de Nadal não tem se pronunciado sobre a eleição na Alesc. A reportagem não conseguiu contato com o líder do partido na Alesc, Valdir Cobalchini.

Em paralelo às conversas entre os três partidos, outras siglas que elegeram de dois a quatro deputados cada também negociam para fazer parte do jogo. Esta semana, o Podemos anunciou a criação de um bloco com Republicanos e Novo — o Podemos elegeu três deputados e as outras duas siglas, um cada.
No PT, o líder Fabiano da Luz afirma que o partido ainda não foi procurado formalmente para discutir a sucessão da Mesa Diretora. Segundo ele, o foco neste momento está na criação de um bloco com dos quatro deputados petistas com PSOL e PDT, que elegeram um nome cada. O grupo poderia ter mais espaço nas principais comissões.

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