Fortalece os músculos, melhora a qualidade dos ossos, a frequência dos batimentos cardíacos e a circulação sanguínea. Esses são apenas alguns dos benefícios elencados pelo Ministério da Saúde para a dança, mas quem pratica garante que vai além. Aos 81 anos, Lídia Tomio tem presença garantida todas as terças e quintas-feiras no baile. Para ela, é mais do que uma atividade para o corpo, é um alento para a mente, afasta os pensamentos ruins e traz a alegria de ter os amigos por perto.
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– Dentro de casa eu me sinto doente. O meu médico diz que eu não posso parar (de dançar) – conta a senhora que se aposentou aos 55 anos e desde então dedica as manhãs ao voluntariado no Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Ontem, porém, o trabalho foi pausado para um compromisso importante: uma aula de dança com Carlinhos de Jesus, dançarino e coreografo renomado no Brasil. O marido não participou, mas uma amiga estava lá para acompanhá-la. Anita Ender, 77 anos, dança desde quando tinha 15 anos e acompanhava os pais nos bailes. Desde 1995, quando o companheiro se aposentou, a atividade ganhou mais espaço na agenda. Nem mesmo a dor no joelho, que insiste em aparecer, é capaz de afastá-la da pista, muito menos de aproveitar a vida da melhor forma que encontraram.
– Eu gosto muito de dançar, mexe o corpo e a gente ainda encontra os amigos – afirma Anita.
O evento em que as duas participam nesta semana é promovido por uma empresa de assessoria e promoção gerontológica de Blumenau. A iniciativa é das sócias Juliana Brandão e Rita Ruthes, que trabalham há 25 anos na área e vêm a cidade como um lugar que acolhe e respeita os idosos. A LongevidadeFest foi idealizada por elas nos últimos cinco anos e propõe informação, conscientização e convivência social.
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Entrevista | Carlinhos de Jesus, dançarino
“Sair para dançar, ouvir uma música, te causa bem-estar”
Para alcançar a proposta, a programação contempla palestras, jogos, música e dança. Carlinhos de Jesus, 65 anos, falou sobre a importância da democratização da dança e da contribuição para o bem físico e mental de quem pratica. Formado em pedagogia e servidor de carreira no Rio de Janeiro, há 37 anos ele deixou para trás a burocracia do funcionalismo público para se dedicar ao que ama: a dança. Ele transformou a paixão em profissão e já percorreu o Brasil ensinando jovens e adultos.
Você vê o teu trabalho atrelado à qualidade de vida?
A dança proporciona a liberação de hormônios ligados ao prazer, autoestima, hidratação da pele e previne uma série de doenças. Olha quantos benefícios te traz o simples fato de praticar a atividade. Dizem que a dança vicia. Isso é resultado dessa alegria. Da satisfação que a dança proporciona. Também está ligada a autoestima, numa faixa etária que as atividades cessam, as pessoas ficam meio sedentárias. Sair para dançar, ouvir uma música, te causa um bem- estar, você conhece pessoas, aumenta o ciclo de amizades, e depois de certa idade, achando que a vida já tinha te contemplado com tudo o que podia, descobre-se um novo prazer na vida.
Qual o papel social da dança?
A dança tem uma conotação social muito importante, porque traz integração. Você fica inibido na primeira vez ao tirar alguém para dançar, mas não tem que ter vergonha, nada de ficar pensando que é pagar mico. A dança, desde o tempo das escolas militares, era uma ferramenta de regras de boas maneiras, gentilezas. Quando a pessoa descobrir a dança, vai querer isso todo dia. Essa sensação de prazer e alegria, não é só sensação, é reação do corpo.
Serviço
Quarta-feira
9h: Palestra plantas medicinais com Alessandro Guedes
10h10min: Oficina anos dourados com Maria Alice Corazza
19h: Apresentação de grupos
20h: Jantar das etnias com música ao vivo
22h: Show com Silvio Brito
Quinta-feira
9h: Momento de Espiritualidade com Silvio Brito
10h30min: Atividades de encerramento
Mais informações: www.toindo.com.br/longevidadefestblumenau.