O que você mudaria em sua vida se pudesse viajar no tempo? Essa é a premissa da comédia romântica britânica Questão de Tempo (2013). O filme leva a assinatura de Richard Curtis, roteirista e diretor que cristalizou o sotaque inglês no gênero com sucessos como Quatro Casamentos e um Funeral e Um Lugar Chamado Notting Hill.
Continua depois da publicidade
Questão de Tempo começa mostrando a chegada à vida adulta de Tim Lake (Domhnall Gleeson, dos filmes de Harry Potter e de Anna Karenina), que descobre que os homens de sua família podem viajar no tempo quando completam 21 anos. Não conseguem voltar ao passado e fazer coisas como matar Hitler, alerta-lhe o pai (Bill Nighy, de O Exótico Hotel Marigold e Simplesmente Amor), mas é possível reviver episódios já experimentados. Tim passa então a utilizar o recurso para tentar arranjar uma namorada – mas a manobra fantástica não facilita a vida do desajeitado rapaz. Mudando-se da costa de Cornwall para Londres para trabalhar como advogado, Tim finalmente encontra o amor ao se apaixonar pela linda americana Mary (Rachel McAdams, de Meia-Noite em Paris , Para Sempre e Diário de uma Paixão). Entre idas e vindas no tempo, o casal descobre que a magia para manter um relacionamento é de outra espécie.
:: “Escrevo sobre coisas simples”, diz Richard Curtis
Apesar do toque de fantasia, a história aposta mesmo no encanto cotidiano das relações amorosas, familiares e de amizade, marca registrada do autor do roteiro de Quatro Casamentos e um Funeral – em Questão de Tempo, aliás, os personagens também se encontram em um casamento e em um funeral.
– Obviamente, utilizar o recurso de viajar no tempo torna as coisas irreais, mas, ao mesmo tempo, não há qualquer efeito visual ou de 3D para mostrar isso no filme. É tudo muito simples, e gosto de pensar que é um dos filmes de viagem no tempo mais realistas que você já viu – explicou o diretor Richard Curtis, em entrevista a Zero Hora.
Continua depois da publicidade
Representante do humor britânico – caracterizado pela inteligência, pela argúcia e pelo inusitado dos diálogos -, o roteirista responsável pelas trapalhadas do personagem Mr. Bean considera-se um herdeiro torto do antológico grupo de comediantes Monty Python:
– No começo da minha carreira, eu ficava com tanto medo de ser uma imitação ruim do Monty Python que travava e não conseguia escrever. De um jeito engraçado, o Monty Python definiu minha carreira ao me obrigar a fazer exatamente o contrário do que eles faziam.
ZH aproveitou para devolver ao realizador o desafio que Questão de Tempo propõe: o que você mudaria na sua vida se pudesse viajar no tempo?
– Acho que mudaria uma coisa: quando era pequeno, os Beatles foram à Suécia, onde eu morava, mas não comprei o ingresso. Me lembro de ficar de pé na neve do lado de fora de um hotel durante um dia inteiro esperando que eles aparecessem na varanda. Não imaginava que perder esse show iria bagunçar todo o resto da minha vida…
Continua depois da publicidade
TOP 5 ROMANCE – Histórias de amor que viajam no tempo
* Em Algum Lugar do Passado (1980)
Clássico do gênero: amantes separados por terem nascido em épocas diferentes.
* Peggy Sue – Seu passado a espera (1986)
Dona de casa insatisfeita volta à adolescência e relembra por que se apaixonou pelo marido.
* Feitiço do Tempo (1993)
E se a gente pudesse reviver várias vezes um único dia até conquistar a pessoa amada?
* Efeito Borboleta (2004)
Viajar no tempo é uma fantasia universal, mas, às vezes, pode gerar desdobramentos desastrosos.
* O Homem do Futuro (2011)
Homem constrói uma máquina do tempo para consertar o próprio passado.