A Mancha Verde apresentou ao público no Sambódromo de São Paulo um desfile compacto e muito técnico, bem diferente do ano passado. A definição vem do carnavalesco Cláudio Cavalcante, o Cebola.
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– Foi um desfile dentro dos padrões de julgamento, mas sem deixar de lado a irreverência. Quem quer ser campeão tem de fazer assim – disse.
A escola iniciou o desfile por volta das 3h15min. A recepção do público não poderia ser melhor. Os foliões na arquibancada agitaram bandeiras com brasão da Mancha Verde, acenderam fogos luminosos e bateram palmas no ritmo do samba-enredo “Aos mestres com carinho, Mancha Verde ensina como criar identidade”. Cerca de 3,5 mil componentes, divididos em 24 alas, contaram a história do ensino na humanidade. Começou com os gregos, representados pelo carro abre-alas de Sócrates e Platão. A alegoria espalhou papéis brilhantes e serpentinas com as cores da escola ao longo do desfile.
Depois passou pela civilização chinesa, com homenagem ao filósofo Confúcio. Como parte desse capítulo do enredo, estavam a bateria e sua rainha, Viviane Araújo, fantasiados de orientais. A gueixa, que antes do desfile previa sucesso para a escola, no final, cercada por seguranças e jornalistas cravou: foi um desfile perfeito.
Tanto que, no final, após a agremiação ultrapassar a linha amarela, em 64 minutos, na festa dos integrantes da Mancha já soou o primeiro grito de “é campeão” do carnaval de São Paulo.
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– Foi um desfile coeso, bem fechado. Fizemos uma apresentação sem nenhum problema. Tudo indica que fizemos um bom carnaval – disse o presidente da escola, Paulo Serdan.
O último carro – depois de dois que mostraram o ensino religioso nos tempos de Brasil Colônia e outro sobre educação no futuro, com uma criança gigante sentada na frente do computador – homenageou os baluartes do carnaval paulistano, os mestres que ensinaram a Mancha Verde a conquistar sua própria identidade. Uma delas foi a Dona Creuza, da Camisa Verde e Branco.
– Estou me sentindo muito lisonjeada e muito feliz de estar sendo lembrada hoje. ê o meu presente em homenagem aos 50 anos de carnaval- disse Dona Creuza.
Ao lado dela, sentado em uma poltrona em cima do carro, estava o seu Nenê, da escola de samba da Vila Matilde que leva seu nome. Ele também se disse honrado pela homenagem, apesar de seu coração corintiano.
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– Verde, só aqui no carnaval. No futebol, sou Corinthians.