As obras do Complexo Esportivo Deodoro, região que sediará 11 modalidades dos Jogos do Rio-2016, estão ameaçadas de paralisação. Cerca de 550 funcionários estariam recebendo aviso prévio. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.

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Segundo a reportagem, a Caixa, responsável por transferir o dinheiro destinado à obra aos poderes municipal e estadual, teria feito apenas um pagamento desde que o contrato foi assinado, em agosto do ano passado. Quase R$ 80 milhões não teriam sido repassados ao consórcio, formado pelas construtoras OAS e Queiroz Galvão.

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Após contato de ZH, a Caixa informou que “existem recursos disponíveis para liberação na conta do empreendimento” e que “para as etapas de obras que tiveram projetos alterados, aguarda a regularização da documentação para que possa analisar e liberar os recursos”. Fontes ligadas ao governo federal interpretam a ação como uma forma de pressão das construtoras para não regularizar a documentação mencionada pela Caixa.

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ZH também contatou o Ministério do Esporte, que afirmou que “não há cortes de verbas para obras olímpicas” e que “os recursos são liberados pela Caixa Econômica Federal mediante a apresentação de documentação completa por parte do consórcio responsável pelas obras”. A pasta ainda informou que o banco aprovou, recentemente, duas medições que somam R$ 25 milhões. Os pagamentos já teriam sido liberados.

A construtora OAS, responsável por 1% do consórcio, afirmou que suas operações “estão sendo executadas de forma normal”. A Queiroz Galvão, outra empresa que faz parte do consórcio, foi contatada por e-mail e não enviou resposta até o início da noite. A Empresa Olímpica Municipal, órgão da prefeitura do Rio de Janeiro responsável pelas obras dos Jogos Olímpicos, também não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Segundo a Autoridade Pública Olímpica, que coordena as ações governamentais referentes aos Jogos de 2016, as obras em Deodoro estão dentro do prazo. Até meados do ano passado, o ritmo lento dos trabalhos na região era o maior motivo de preocupação do Comitê Olímpico Internacional (COI). No final de junho de 2014, o processo de licitação foi concluído, e as arenas olímpicas na região começaram a sair do papel.

Conforme a Matriz de Responsabilidades dos Jogos, o orçamento previsto para a construção e adequação de instalações esportivas em Deodoro é de R$ 844,3 milhões – como a região abrigou disputas dos Pan de 2007 e dos Jogos Mundiais Militares de 2011, cerca de 60% das áreas de competição permanentes já estão prontas.

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Somente nove projetos em Deodoro – entre elas a construção de um estádio com uma corredeira artificial para a canoagem slalom – consumirá R$ 643,7 milhões, recursos que serão bancados pelo governo federal.

* ZH Esportes