As festas deste fim de ano prometem ser bastante desagradáveis para Milton Scola. Só não piores do que aquelas nas casas dos funcionários do Juventude que ele, como presidente eleito do clube na noite da última quinta-feira, terá de começar a demitir a partir do dia 4 de janeiro. Até lá, se é que isso pode ser considerado um alívio, ninguém sairá.
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Rebaixado para a Série C, endividado e com poucas perspectivas de receitas imediatas, o clube emprega hoje cerca de 80 pessoas, sem contar os responsáveis mais diretos pela atual situação – os jogadores.
– Não temos como fugir do enxugamento. Isso era uma coisa unânime até entre as duas chapas – lamenta Scola, recordando que, mesmo se José Antônio Boff vencesse o pleito, não escaparia da amarga tarefa.
Muitos funcionários já estão preparados para o pior. Nas funções em que há mais de um trabalhador, por exemplo, o risco é grande.
– Teremos que reduzir os gastos com o futebol em 70% – estima o presidente, a cargo de quem também deverão ficar as rescisões com os profissionais da bola.
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Categorias de base, por outro lado, devem ser priorizadas.
– Queremos olhar com muito carinho para quem ganha menos – observa Scola.
Há outra espinheira no horizonte. Que destino dar ao maior ídolo recente da papada? O homem com mais de 500 jogos pelo clube, contrato encerrado e caminhando para os 37 anos.
– É muito delicado falar disso. Vamos tratar o Lauro com muito cuidado, porque é um símbolo do Juventude. Mas uma hora essa questão terá de ser enfrentada.
Somente quando calcular suas novas despesas e receitas é que o Juventude saberá quanto pode gastar no futebol. O orçamento de 2010 passa pelo tamanho dos cortes. O tamanho mede-se nas palavras do novo presidente:
– Não é um pepino, é uma melancia.