Santa Catarina registrou nesta semana o menor número de casos ativos da Covid-19 no ano. Nesta terça-feira (3), eram 11.830, a menor quantidade desde outubro de 2020, segundo dados do Painel do Coronavírus do NSC Total. Entre os motivos para a queda, apontados por especialistas, está a vacinação.
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Porém, a presença da variante Delta ainda é motivo para precupação. Apesar do Estado não ter confirmado casos autóctones da variante da Covid, apenas importados, o governo estadual afirma que é preciso ter cautela e continuar com os cuidados, mesmo com a melhora no cenário.
Os casos ativos são aqueles em que as pessoas ainda podem transmitir o vírus. A queda no número fica mais vísivel se levar em conta o mesmo período no último mês. No dia 3 de julho, eram 19.857 – 8.027 a mais do que nesta semana.
Outro índice que também aponta a queda é a média móvel diária, que passou de 6.188 no dia 4 de dezembro – maior desde o início da pandemia – para 1.429 casos ativos nesta terça-feira.
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Entre as cidades, ao menos 287 ainda têm casos ativos. No mapa abaixo, é possível ver que a redução é generalizada e ocorreu na maior parte do Estado nos últimos sete dias.
Porém, em algumas cidades, tem ocorrido o contrário, com um leve aumento. Um exemplo é Rancho Queimado que, na última semana, estava com os casos zerados e, nesta terça, conta com seis ativos.
Já em relação as regiões, o Vale do Itajaí é a que tem a maior concentração de casos: 3.884. Em seguida vem o Norte (2.680) e o Oeste (2.358). Já a Serra aparece com o menor número, com 610 ativos até esta terça-feira.
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SC também tem queda na morte de idosos
Além de casos ativos, o número de idosos vítimas da Covid-19 também tem caído em Santa Catarina. Em julho, por exemplo, o Estado registrou o menor número de mortes de pessoas entre 60 e 79 anos, desde outubro do ano passado – 340. Já entre 80 e 99, foram 76 vítimas, o melhor número desde novembro.
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Para a infectologista Sabrina Sabino, o motivo para a queda, tanto de mortes quanto de casos ativos, é só um: a vacinação contra a Covid-19 em SC. Ela, que também trabalha na internação de pacientes, afirma que nas últimas semanas houve uma queda no número de hospitalizações de pessoas que fazem parte dos grupos proritários já contemplados.
— O perfil mudou. Nós passamos de internar o vozinho com diabetes para atender ao jovem que não tem comorbidade e que ainda não vacinou. Ainda é um número grande, mas está bem mais tranquilo do que há alguns meses — pontua.
O argumento também é compartilhado pelo superintendente em Vigilância em Saúde da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), Eduardo Macário.
— Isso [queda nas mortes] é a prova de que a vacinação tem o seu efeito, principalmente na redução de casos graves, hospitalizações e, principalmente, da ocupação de leitos de UTI por idosos. Mesmo que ela não tenha a capacidade de bloquear a transmissão, a vacina é eficaz para controlar a gravidade da pandemia nesses grupos mais vulneráreis — salienta.
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Nesta terça-feira, Santa Catarina confirmou mais 44 mortes por Covid-19. Agora, desde o início da pandemia, são 18.067 vítimas.
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Apesar dos números, variante Delta ainda preocupa
Mesmo com a queda no número de mortes e casos ativos, outra questão também preocupa: a variante Delta. Até o momento, sete casos já foram confirmados em Santa Catarina, todos importados – seis em São Francisco do Sul e um em Itajaí. Mas, para Macário, “é questão de tempo” para que o Estado registre casos de transmissão autóctone.
—Atualmente a nossa preocupação é com a variante delta, que tem se mostrado altamente transmissivel. Acreditamos que é a questão de tempo para que haja a identificação desses casos no nosso Estado. Por isso a nossa preocupação, mesmo com toda essa redução, é para que a sociedade catarinense se mantenha em alerta — salienta.
Ele diz que o Estado já recolheu cerca de 200 amostras para investigação, desde que foram registrados casos no Rio Grande do Sul e no Paraná. Atualmente, dois exames – ambos de casos importados – ainda aguardam resultado da investigação epidemiológica.
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Para a infectologista Sabrina Sabino, a vacinação continua sendo o melhor caminho para evitar a disseminação da variante.
— AInda não sabemos o comportamento e se ela é capaz de ser grave. Por isso, se as pessoas não se vacinarem, não vamos sair desse ciclo e estaremos com hospitais ainda com alas exclusivas para Covid e com uma grande troca viral — pontua.
Cuidados têm que continuar
Por fim, o superintende de vigilância em saúde, Eduardo Macário, salienta que, além da vacinação, também é preciso que as pessoas continuem seguindo as medidas de proteção para evitar a disseminação do vírus, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
— Até que tenhamos 75% da população adulta vacinada, ainda há um longo caminho para percorrer. A primeira dose tem um certo nível de imunidade, mas é somente a segunda dose que você garante uma maior proteção, mesmo com a variante delta. Até lá, precisamos continuar convivendo com as regras e evitando aglomerações — afirma.
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