Com até 100 convidados, os mini weddings ganham força entre casais 

Uma das mais antigas tradições humanas, o casamento já passou por diversas transformações ao longo dos séculos acompanhando a evolução da sociedade. Se por muito tempo na história a união foi concretizada por motivos alheios à vontade do casal, hoje, celebrar o amor, respeitar a personalidade dos noivos e buscar a originalidade na cerimônia é tendência. Nesse cenário, um formato de celebração vem ganhando destaque: o mini wedding. Com até 100 pessoas na lista de convidados, o minicasamento atrai aqueles que custeiam a própria festa em busca de uma comemoração mais intimista.

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– Hoje muitos casais tomam todas as decisões por assumir os custos da festa, fazendo com que, em alguns casos, as famílias de ambos não convidem seus amigos, reduzindo consideravelmente o número de convidados – pontua a cerimonialista de Florianópolis Patricia Lima.

A versão ganhou destaque nos últimos anos depois que famosos, seja para despistar os paparazzi ou para restringir a comemoração às pessoas mais íntimas, optaram por listas enxutas em locais discretos ou familiares. Um caso que ganhou destaque, por exemplo, foi a união de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, e Priscilla Chan, que fizeram uma cerimônia para poucos no jardim da casa dele em 2012.

A economia não foi um fator determinante para o bilionário, mas para muitos noivos, ainda é decisivo. Em alguns casos, porém, a modalidade pode sair até mais caro do que a versão maior. A cerimonialista Barbara Erig defende que o minicasamento deve ter tudo que uma grande festa oferece:

– Geralmente os noivos que escolhem este tipo de festa não estão pensando na economia, pelo contrário, eles querem os melhores fornecedores e profissionais, o que diminui no valor são os serviços oferecidos por quantidade,como bufê, bebidas e doces – diz.

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Oferecer uma ótima experiência gastronômica, dar atenção especial a cada convidado, reunir apenas amigos íntimos e familiares próximos, aqueles que realmente acompanham a história do casal. Esses foram os desejos dos recém-casados Alessandra Lysy Rodrigues Prado, 35 anos, e Paulo Prado, 42, residentes em Florianópolis e que se casaram no sábado, 4/6, no bistrô Isadora Duncan, na Barra da Lagoa.

O casal estabeleceu para a festa um orçamento em torno de R$ 15 mil. A opção pelo bistrô ajudou a manter o custo: o restaurante já tinha toda a estrutura e itens de decoração alinhados com o que eles buscavam.

– Procuramos muito antes de escolher o bistrô. O local nos atraiu pelo ar de sofisticação e requinte sem deixar de ser delicado, o que permitiu que não gastássemos muito com a decoração. Além disso, um ponto importante para nós era oferecer uma excelente experiência gastronômica. Acredito que quando os convidados comem bem, a impressão que fica é ótima – comenta Alessandra.

Só para íntimos

A lista de convidados é um dos maiores desafios para os casais que optam pela versão pocket. Luana Zilli Teixeira, 33 anos, e Manuel Cabral, 36, casaram-se no restaurante Bate Ponto, em Santo Antônio de Lisboa, em outubro de 2015 em uma festa exclusiva para 70 convidados.

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– A lista foi um ponto delicado para nós, mas optamos pelos familiares e amigos que vivenciaram a nossa história.O resultado não poderia ter sido melhor: conseguimos proporcionar a integração familiar, desfrutar da presença de cada convidado e personalizar todos os detalhes da festa – diz.

A dica da wedding planner Patricia Lima na hora de fechar a lista é impor limites numéricos e respeitá-los.

– Costumo dizer que esta é a única tarefa difícil para os noivos e suas famílias. Para facilitar, sugiro limitar o número de convidados e respeitar a decisão, pois haverá fatores limitadores no local – aponta a profissional.

Barbara dá uma outra dica valiosa: a quantidade de padrinhos e madrinhas também diminui em casamentos menores. O aconselhável é não ultrapassar a porcentagem de 10% do número de convidados.

A escolha do local é importante e deve respeitar a personalidade dos noivos. Muitos optam por pequenas cerimônias em bistrôs. Outra opção são os destination weddings, quando o evento é realizado em uma cidade ou país diferente da origem dos noivos. Destinos com praias são comuns. Alugar uma casa também é opção, bem como museus e ilhas particulares.

Destination weddings: al mare

Casar-se na praia, ou de frente para o mar, é o desejo de muitos noivos. Nos últimos anos, diversos casais trocaram as festas grandes por casamentos em praias internacionais, levando como companhia alguns familiares e amigos íntimos para eventos planejados em hotéis e com pacotes fechados.

A fisioterapeuta Débora Ventura, 32 anos, e o publicitário Francisco Decker, 35, escolheram Punta Cana, na República Dominicana, porque sempre foram apaixonados pelo mar. Era um sonho de Débora casar com os pés na areia da praia. Mesmo vivendo em uma cidade cercada de mar, Débora optou pelo local por achar o clima de Florianópolis instável, com muita chuva. O casal então pesquisou lugares em que pudessem planejar um casamento coma sua cara e também que os amigos e familiares se interessassem em visitar.

Encontraram pacotes muito atrativos de passagens aéreas, resorts all inclusive e enviaram o convite com bastante antecedência para que todos pudessem se organizar. Débora diz que se surpreendeu e que ficou muito feliz quando 48 pessoas confirmaram que estariam no casamento internacional.

– Casar em Punta Cana foi maravilhoso,desde a organização até o casamento e ainda depois dele. Os hotéis são realmente acostumados a organizar casamentos. É menos estressante para a gente, já que não precisamos correr atrás de mil detalhes. Não dá para controlar tudo, muita coisa só consegui resolver quando cheguei lá, dois dias antes da cerimônia. Toda a nossa turma se divertiu muito naqueles seis dias de praia, festas, e o casamento foia cereja do bolo! A cerimônia foi linda,à beira-mar, emocionante. Depois teve um coquetel na praia mesmo, e em seguida fomos para o jantar em um salão aberto no meio de um jardim, com um DJ pra embalar a festa, que foi muito divertida – destaca.

A festa teve toda aquela animação típica dos casamentos. O casal voltou com a mala recheada de histórias e fotos incríveis. O mini wedding de Débora e Francisco proporcionou a todos os convidados uma espécie de férias emocionantes,na qual se divertiram nas atrações de Punta Cana, mergulharam, conheceram cidades ao redor. Débora não dispensou o vestido branco tradicional de noiva; e Francisco, o terno branco de linho.

Mariana Aveline, 33 anos, não queria um casamento tradicional e de grande porte, assim como o noivo Glaucio Chagas Lima, 50. Punta Cana era uma possibilidade, mas descartada pela alta do dólar. Foi então que decidiram se casar em uma pousada em Búzios (RJ).

A vontade dos dois era de fazer algo diferente e original. A descontração foi tanta que o casal optou por uma cerimônia celebrada pelos próprios amigos e familiares íntimos. Os dois já conheciam a pousada, de pequeno porte, com apenas seis quartos, onde ficou a família mais próxima. A aposta era que os convidados se empolgariam com o convite de passar um fim de semana celebrando e se divertindo ao lado do casal. Não deu outra:

– Convidamos umas 160 pessoas e, para nossa surpresa, tivemos 90 pessoas no casamento, que se locomoveram até o Rio de Janeiro para celebrar conosco – comemora Mariana.

Melissa Vieira Macedo, 35 anos,também escolheu a praia para o dia do sim. Melissa e Rodrigo Stabile Macedo, 38, já haviam se casado nos Estados Unidos, mas ela tinha o sonho de estar de branco, cercada da família e dos amigos. Casada com um surfista, achou então a melhor solução: casar-se na praia. Planejou um dia fora do agito da temporada e escolheu Jurerê Internacional. Rodrigo adorou a ideia, pois tinha tudo a ver com o estilo de vida do casal, que sempre teve como programa preferido a praia. Queriam algo sem protocolos, que as pessoas se sentissem à vontade, com chinelos nos pés.

Para entrar no clima, Melissa optou por um vestido de laise branco, tomara que caia, sem véu e com uma orquídea nos cabelos. Rodrigo se casou de chinelo de couro e terno branco, comum colar de flores. Foi tudo perfeito, tirando a chuva. Depois de planejar por meses, descobrir o horário que o sol se põe e a posição do altar na praia, trovões assolaram o dia.

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Melissa teve a ajuda do cerimonial, que logo entrou em ação e resolveu o problema com toldos na praia e um novo local para o altar. Enquanto Melissa se segurava para não chorar, um amigo dos noivos trouxe, para acalmá-la, um texto falando sobre a sorte de casar num dia de chuva. A festa ocorreu perfeitamente, e a cerimônia foi marcada pela presença dos amigos mais próximos. Melissa foi firme na opção por um casamento mais acolhedor:

– Não convidamos ninguém por educação. Era nosso dia, éramos nós dois que estávamos financiando 100%da festa. Só importava ser inesquecível para mim e para o meu marido. E foi.– celebra.

Decifrando o mini

Para entender melhor o mini wedding, a cerimonialista Bárbara Erig, 35 anos, traz algumas dicas preciosas para quem quer investirem um evento menor, sem deixar de lado nenhuma etapa do casamento tradicional. Confira:

ESCOLHA DO FORMATO

A escolha de um casamento menor aumenta a qualidade de tempo que os noivos vão dividir com os convidados. Tudo será mais intenso e todos participarão dos momentos da celebração e festa, ao contrário de casamentos com lista de convidados maior em que os noivos, dentro de todos os protocolos envolvidos nesse tipo de evento, acabam não conseguindo cumprimentar, fotografar nem se divertir com todos eles.

ECONOMIA

Os noivos que escolhem este tipo de casamento não estão pensando na economia, pelo contrário,eles querem os melhores fornecedores e profissionais. Oque também não é uma regra. Oque diminui no orçamento são os serviços oferecidos por quantidade como: bufê, bebidas e doces. Os valores cobrados por fotógrafos,cinegrafistas, músicos e cerimonial são os mesmo de um casamento com mais convidados.

CONVIDADOS

A lista deve começar com os familiares, amigos próximos, pessoas do círculo de trabalho,amigos dos pais. Sem esquecer dos filhos e dos acompanhantes destes convidados. Esta será a lista geral para saber o total de pessoas para convidar. A partir daí deve-se estabelecer padrões e prioridades como, por exemplo, convidar apenas os tios (excluindo os primos e acompanhantes). Devem permanecer na lista aqueles ¿cupidos¿ que apresentaram os noivos, os amigos que mais frequentam a casa de ambos. As regras devem valer tanto para a lista da noiva, como para a lista do noivo.

DESISTÊNCIA

A dica da cerimonialista é fugir da regra que 15% dos convidados não comparecerão ao evento, pois isso pode ser uma exceção. O correto é não ultrapassar o limite de convites pré-estabelecido no início.

R.S.V.P

A abreviatura de Répondez s¿ilVous Plaît, expressão francesa muito usada em convites que significa Responda por favor, é essencial para saber exatamente o número de convidados que comparecerão ao casamento. Um profissional deverá entrar em contato com os convidados e fazer esta pergunta. Não é aconselhável que os noivos ou os pais o façam,muitos podem afirmar presença apenas por educação.

PADRINHOS E MADRINHAS

A quantidade de testemunhas também diminui em casamentos menores. A sugestão é não ultrapassara porcentagem de 10% do número de convidados. Exemplo:em uma cerimônia com 60 convidados, não ultrapassar seis testemunhas ou três casais de padrinhos.

LUGARES

Caso seja escolhido um serviço de bufê em que os convidados estarão em mesas e não em lounges é charmoso que os lugares sejam escolhidos pelos noivos. Como são poucas mesas, é mais fácil para os noivos agruparem convidados com as mesmas afinidades. A papelaria do casamento pode dar um charme à decoração com o nome do seu convidado na frente do prato.