Balneário Camboriú está com apenas três leitos de UTI disponíveis para receber pacientes infectados com a Covid-19. Dos 30 lugares disponíveis na cidade, 15 estão sendo ocupados por pacientes de regiões próximas e 12 por moradores locais. O município já contabilizou 144 mortes desde o início da pandemia relacionadas ao novo coronavírus

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De acordo com a Secretária de Saúde de Balneário Camboriú, Leila Crocomo, não foram criados novos leitos para o período de férias e ela teme não ter onde internar pessoas que precisarem de atendimento na cidade.

— Estamos acompanhando os casos, mas cientes de que talvez este número suba muito. Nós não ampliamos os nossos leitos porque para isso precisamos de recursos do Estado. Sabemos que se hoje tiver 10 pessoas a mais precisando de leitos não teríamos como internar — explica.

Um dos principais destinos turísticos catarinenses — cerca de 4 milhões de visitantes anualmente, segundo a Secretaria de Turismo — a cidade tem o aumento exponencial da população nesta época do ano. Em contraste, o número de leitos de UTI permanece estável. Isso aliado ao desrespeito às medidas contra o coronavírus potencializam um colapso, explica a infectologista Sabrina Sabino.

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— Se a gente ver de perto já temos um colapso. Os leitos estão sendo remanejados, as pessoas estão ficando na emergência. Já está acontecendo. Você passa na beira da praia e está todo mundo sem máscara, ninguém respeita, não tem distanciamento e muitas festas estão acontecendo.

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De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde nesta segunda-feira (28), na Foz do Rio Itajaí (macrorregião onde fica Balneário Camboriú) a taxa de ocupação total dos leitos é de 87,7%. São 162 leitos ativos, sendo que apenas 20 estão livres em todos os 11 municípios da região. Segundo a infectologista, o Estado precisaria apertar as rédeas das restrições para conter o avanço da Covid-19, principalmente neste período de férias.

— As medidas que estão sendo adotadas pelo Governo de Santa Catarina estão tapando o sol com a peneira — lamenta Sabino.

Os leitos de UTI de Balneário Camboriú são regulados pela Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí (Amfri), que abrange a maior parte das cidades do Litoral Norte do Estado, com Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Bombinhas, Camboriú, Ilhota, Itajaí, Itapema, Luiz Alves, Navegantes, Penha, Porto Belo. Os leitos são remanejados conforme a necessidade de cada local.

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— Os leitos só são regulados quando uma cidade atinge a porcentagem de 90% de ocupação. É nesse momento que os pacientes são encaminhados a outros municípios. Enquanto tiver a capacidade de internação, eles serão internados — explica a Secretaria de Saúde de Balneário Camboriú.

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Fiscalização

Para a temporada, foi criado um comitê especial de combate ao vírus nas praias da cidade formado pela Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Guarda Municipal, Agentes de Trânsito e a Vigilância Sanitária. De acordo com o município, a operação “Se Cuida BC” está em funcionamento desde o início de novembro.

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O comitê montado trabalha em dois eixos. O primeiro é de orientação que busca conscientizar a população. O segundo é de fiscalização, onde segundo a PM, o principal foco serão as áreas com aglomeração.

De acordo com a Polícia Militar, com o aumento do fluxo de turistas a tendência é que tenha um aumento no número de denúncias e consequentemente no aumento de fiscalizações também. Para isso o 12º Batalhão de Polícia Militar que atende nove cidades da região recebeu mais 120 novos policiais. Sendo que 74 foram para Balneário Camboriú.

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Regras das praias

Na última determinação do governo estadual, as regras para quem quer frequentar praias e lagos são as seguintes:

– uso de máscara é obrigatório, exceto quando as pessoas estiverem na água. Porém, o governador Carlos Moisés afirmou que a utilização não será exigida;

– quando houver mais de uma entrada para o local, autoridades estaduais ou municipais devem priorizar uma para acesso e outra para saída;

– a fiscalização é responsabilidade da Segurança Pública e das Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais;

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– a orientação aos órgãos competentes é de que a fiscalização deve ter um caráter educativo e de orientação, e não repressivo.