A preocupação com o meio ambiente tem proporcionado uma série de soluções para tornar a construção de residências o mais sustentável possível. Do uso de lâmpadas mais eficientes até a geração de energia na própria casa, essas alternativas contribuem com o planeta e também com a diminuição de gastos a longo prazo.
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Na capital catarinense, a Floripa EkoHouse é uma casa praticamente toda sustentável. Além de parede vegetada, a residência conta com sistemas solares térmicos para aquecimento de água servida; coleta e tratamento da água de chuva e residuais; painéis solares fotovoltaicos para a geração de energia elétrica; iluminação e paisagismo eficientes.

O arquiteto Fabio Caiaffa foi quem projetou a residência, entregue no começo de 2017. Como a proprietária queria uma casa realmente sustentável, optou pelo maior número de itens relacionados possíveis.
— Tem toda uma questão bioclimática, com uma posição diferente da casa para melhor aproveitamento do sol, dos coletores e a inclinação do telhado na mesma forma. O sistema de isolamento térmico das paredes da casa é mais eficiente do que a parede de alvenaria — explica Caiaffa.
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Após esse processo, a residência conquistou o certificado Leed Ouro de construção de sustentabilidade. É a primeira casa certificada no sul do Brasil. Ter esse selo é mais trabalhoso, mas as famílias podem incorporar alguma das alternativas para promover a eficiência e desempenho ambiental. Segundo o arquiteto, as famílias têm optado cada vez mais por itens como aquecimento solar de água e aproveitamento de água de chuva, economicamente mais vantajosas.
—Acabamos de entregar uma casa no Campeche, convencional, de alvenaria, mas com energia solar e tratamento de efluentes e aproveitamento da água de chuva — completa o arquiteto.
Mais eficiência, menos gasto
Diminuir o consumo de energia elétrica também é uma forma de contribuir com o meio ambiente e com o bolso. Thiago Jeremias, gerente da Divisão de Eficiência Energética e Pesquisa e Desenvolvimento da Celesc, destaca que uma opção para diminuir o gasto com energia elétrica na residência é a geração própria por módulos fotovoltaicos. Por exemplo, 10 placas conseguem gerar entre 250 e 350kWh/mês. Se a família possui uma conta de luz mensal em torno de 150 reais, pode zerar esse valor, dependendo do equipamento. Como o valor para a instalação é superior a 15 mil reais, o prazo para o retorno do investimento do sistema fotovoltaico fica em torno de 10 anos, mas depende de cada família.
— Se gerar mais energia que consome, essa energia pode ser utilizada em outra unidade consumidora. Se não utilizar naquele mês, o crédito gerado tem cinco anos para ser consumido — reforça o especialista.
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A recomendação é associar um gerador fotovoltaico mais barato e com potência menor com um sistema de aquecimento solar de água e uma iluminação mais eficiente. São instaladas placas coletoras de vidro onde pega o sol, chamado de coletor solar, e um boiler para reservatório de água quente, com isolamento térmico e a tubulação de água.
Para uma residência de quatro pessoas, um sistema de aquecimento solar de água pode diminuir entre 30% a 40% por cento do consumo de energia. No entanto, o custo é alto, cerca de cinco mil reais. Em média, o tempo de retorno desse investimento fica próximo dos cinco anos – mas tudo depende do consumo da unidade. A eficiência chega a 95%, onde a energia solar é convertida em energia térmica. É pelo menos três vezes mais eficiente do que um gerador de energia em painéis fotovoltaicos.
Não é só ao comprar grandes estruturas de geração de energia, geladeiras ou refrigeradores mais avançados que se pode economizar os valores pagos à concessionária. A troca de lâmpadas para unidades mais eficientes também pode beneficiar e muito o bolso ao reduzir o consumo. Segundo Jeremias, ao trocar uma lâmpada amarela, que consome cerca de 80W para uma fluorescente, o consumo cai para 25W. Uma economia de quase um terço no consumo. As de LED proporcionam uma economia ainda maior, ficam entre 7W e 10 W. De uma amarela para a lâmpada LED, a economia chega a 80%.
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Se todas as opções não são possíveis, comece por uma
Thamara Alves, residente em Florianópolis, possui uma estrutura para aquecimento da água em casa, onde mora com amigos.
— A casa possui duas placas que captam a energia solar e aquecem a água que vai para um reservatório de água quente e distribui para os chuveiros e torneiras da casa. Como a casa é bem grande e moram sete pessoas, com isso temos uma grande economia no consumo de energia elétrica — comenta a estudante.

Outra opção sustentável é manter a própria horta. A nutricionista Flora Rosenthal, além da horta comunitária no condomínio, possui uma mini horta dentro da casa. Além de facilitar o acesso aos vegetais, ela aponta como benefício a conexão com o alimento e a sustentabilidade para o meio ambiente, ao não consumir de grandes produções que podem prejudicar o ecossistema.
— Temos temperos e verduras, folhosos como alface, rúcula, espinafre e salsão. São produtos muito perecíveis e às vezes ao comprar um maço inteiro ele acaba estragando. Na horta colhemos apenas o que vamos utilizar na hora e são produtos sem agrotóxicos, fertilizantes ou químicos, muito mais saudáveis do que os convencionais.
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