No último ano, consumidores no Brasil têm sentido o peso do aumento no preço do azeite de oliva, que subiu pelo menos 25% em Santa Catarina. O valor do produto, considerado uma escolha saudável por seus benefícios nutricionais, sofreu um aumento significativo devido a uma combinação de fatores econômicos e climáticos, e está forçando consumidores e restaurantes a procurarem alternativas para manterem seus orçamentos sob controle. Por conta disso, o NSC procurou saber como substituir o produto na cozinha.

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Como substituir o azeite

A nutricionista e professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Manuela Mika Jomori, afirma que a substituição para um produto idêntico não ocorre na nutrição, mas existem algumas estratégias que podem ter algum efeito similar. 

— Diferentemente dos medicamentos, que encontramos “genéricos” ou “similares”, dificilmente teremos substitutos idênticos a determinados alimentos, a não ser que sejam ultraprocessados — afirma ela. 

Uma opção para os consumidores são os óleos vegetais que são comercializados por um preço menor que o azeite extra-virgem. Diante disso, pode ser feita substituição do azeite de oliva por óleos vegetais como o de girassol e canola, que apresentam outras características importantes, como boa proporção de ácidos graxos ômega 3 para ômega 6 em preparações que precisam de altas temperaturas. 

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— Além desses, existe o óleo de oliva composto que, como o próprio nome diz, é uma mistura de 50% de óleo de soja com o azeite de oliva, tendo assim, outras características nutricionais e sensoriais, mas também comercializado por um preço bem mais acessível que o azeite de oliva — conta Manuela. 

Confira fotos da produção em SC


Por que o preço subiu tanto

O aumento acumulado no preço do azeite, entre janeiro e novembro de 2023, chegou a 25% em Santa Catarina. O número foi cinco vezes maior do que a inflação geral registrada neste período, de 4,92%, segundo o Índice de Custo de Vida (ICV) de Florianópolis, calculado pela Udesc/Esag. 

Conforme o g1, entretanto, o preço no Brasil encareceu quase 50% nos últimos 12 meses até maio, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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O aumento do preço se dá principalmente pela influência do calor e da seca que atingem a Europa. Países do Mediterrâneo, como Portugal e Espanha, principais produtores de azeite no mundo, enfrentaram verões consecutivos com altas temperaturas e seca extrema. As oliveiras têm origem no Mediterrâneo e, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para gerarem frutos, precisam de temperaturas entre 35°C e 25°C. 

Porém nos últimos anos as temperaturas europeias ultrapassaram 40°C. Com isso, houve relatos de que as folhas da árvore chegaram a queimar e até mesmo casos de incêndios, que diminuíram a área plantada. 

Com isso, ocorreu um aumento nos valores em todo o mundo. O Brasil é um dos países mais afetados, pois 99% do azeite de oliva consumido no país é importado. Esse aumento faz com que a população busque alternativas para substituição do produto na cozinha.

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