Donos de restaurantes de Blumenau adotaram formas para evitar subir os preços nos cardápios e não perder clientes, mas o aumento é inevitável e deve começar a ocorrer. Com a alta inflacionária dos alimentos nos últimos meses, proprietários de estabelecimentos diminuíram a margem de lucro e criaram maneiras de postergar a última alternativa: o repasse dos novos valores ao consumidor.

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Jonathan Benkendorff, presidente da Associação Blumenau Gastronômico, conta que com os novos aumentos registrados nos últimos dias, muitos empresários tentam trabalhar com o que acumularam no estoque porque sabem que a próxima compra pesará mais no bolso. O coordenador do Procon no município, André da Cunha, lembra que em comparação a 30 dias atrás, os produtos estão, no geral, 14% mais caros.

— Antes os atacadões, que é onde os produtos são comprados normalmente, estavam conseguindo segurar um pouco o preço, mas agora até nesses locais eles estão altos. Provavelmente na próxima semana isso deve começar a refletir no consumidor. A nossa margem de lucro está em zero — lamenta Benkendorff.

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Margem de lucro menor

A vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Blumenau e região (Sihorbs), Juliana Bernardes, que gerencia uma choperia na cidade, diz que as altas acumuladas desde o começo do ano (a carne de porco está quase 60% mais cara, analisou a empresária, a título de exemplo) exigiram criatividade, principalmente em tempos de pandemia.

— De fato há um impacto muito grande, ainda mais em um momento tão complicado para o nosso movimento. Com tanto desemprego e situações desfavoráveis ao consumo, a gente ter que aumentar por conta de insumo estar muito alto é muito difícil — avalia Juliana.

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As estratégias para equilibrar as contas variam em cada local, mas há restaurante diminuindo a quantidade de arroz da marmita, por exemplo, e aumentando a de macarrão. Há quem retirou alguns pratos do cardápio para não ficar no prejuízo ou reformulou as opções.

Além dos alimentos, Juliana ressalta a subida nos valores de itens necessários para os preparos, como toucas e luvas, que chegam a custar cinco vezes mais em comparação ao início do ano.

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O fato é que não há escapatória: quem quer comer fora (ou pedir em casa por conta do coronavírus) terá de desembolsar mais, tal como acontece nas idas ao mercado.