O Projeto de Lei Ordinária 258/2022, que prorroga o convênio da prefeitura de Joinville com o Hospital Bethesda foi aprovado pela comissão de Legislação da Câmara de Vereadores na terça-feira (22). Com término previsto para o próximo dia 1° de dezembro, a renovação, se aprovada pelo plenário, prorroga os atendimentos por mais cinco meses.
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O objetivo é custear atendimentos médicos, de urgência e emergência em pediatria na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, no João Costa, e na UPA Leste, no Aventureiro.
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Conforme dados apresentados no projeto de lei, de autoria da prefeitura, entre os meses de julho e setembro de 2022, o convênio ofereceu mais de 17 mil atendimentos pediátricos nas duas UPAs e reduziu o tempo médio de espera dos atendimentos em quase duas horas.
De acordo com o secretário de Saúde de Joinville, Andrei Koleceke, a cidade necessita da renovação do acordo.
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— Seguimos com uma alta demanda de crianças nas unidades. É necessário este reforço nas escalas para que seja possível atender esse volume de pacientes sem um longo tempo de espera — explica.
Conforme a prefeitura, a quantidade de médicos na parceria é definida por meio de questões administrativas do Bethesda. Isso depende de quantas horas cada médico vai trabalhar em casa escala, que precisa ter três profissionais em cada uma.
Atrasos e falta de médicos: pediatria vira principal dificuldade na saúde em Joinville
Antes de ser enviado para votação do plenário, o texto ainda precisa de avaliação das comissões de Finanças e de Saúde.
Crise na pediatria
A pediatria tem sido um dos principais obstáculos para a saúde pública em Santa Catarina. Seja pela dificuldade em encontrar profissionais no mercado ou pelos impactos que a falta deste especialista traz, o fato é que os municípios têm lidado com a alta demanda nos atendimentos e as famílias sofrem com atrasos, filas e até falta de médicos.
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Em abril, uma reportagem do Jornal do Almoço, da NSC TV, mostrou alguns casos de pais que precisaram recorrer às unidades de saúde para atendimento médico para os filhos e encontraram dificuldades. A funcionária pública Daiane da Lapa levou na UPA Leste as duas filhas, de quatro e 10 anos, com tosse, dor de garganta e febre.
— Tive que vir de carro, do outro lado da cidade praticamente, e já faz três horas que estou aqui esperando. Nem passei pela triagem ainda — revelou à reportagem.
À época, houve casos de pais que precisaram esperar mais de 10 horas por um atendimento. A costureira Rosa Noemia da Rosa aguardou quase quatro horas nesta semana para conseguir ver o médico para a filha.
— Dá uma ansiedade muito grande. Não adianta fazer escândalo, mas a gente entra em um desespero — contou à NSC TV.
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Apenas em março, o Hospital Infantil atingiu recorde de atendimento, com quase 10 mil crianças.
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